Saturday, December 27, 2008

105 / Entre o Natal e o Ano Novo

No ano passado, por esta altura, era moda falar da Polícia. Também se falava de criminosos. Das implicações, complicações, derivações e nomeações. Um ano depois acalmou. Entretanto meteram-se os professores pelo meio, veio a crise financeira e parece que nada se passa. Mas é puro engano. As ondas, acabadinhas de bater na praia, iniciaram o seu momento de retracção em direcção ao mar; retornarão com mais força, com mais entulho, maiores e mais destrutivas. Como se preparararam as forças de segurança [PSP / GNR / PJ] para os novos desafios? A resposta é óbvia: não se prepararam. Está tudo como dantes... Por isso, cabe-nos a nós, camaradas, companheiros, amigos, POLÍCIAS, mais uma vez, independentemente do governo, do ministro ou quem quer que seja, fazer cumprir a LEI da [única] maneira que sabemos: com honestidade. É isso que os nossos concidadãos esperam de nós. Boas entradas.

Wednesday, December 17, 2008

104 / Mário O DesCOBRIDOR

Há alturas que espantam! Normalmente, quando algum figurão toma posse, aparece uma dessas alturas. Teimam em babosear-se, ornamentar-se, chicoespertar-se, etc. São uns autênticos descobridores da pólvora. Ao Sr. novo Inspector Geral da Administração Interna [IGAI], que desde já recusamos a desejar umas boas vindas, não pelo lugar e funções, mas pela pessoa em si que nos gera um grande sentimento de insegurança e parcialidade.[ E porquê? Porque ele próprio tem aparecido em momentos processuais pouco claros e menos esclarecidos. ] Na tomada de posse - mais uma vez - o discurso de quem acha que, quem cá anda há décadas, não tem andado a fazer nada e, com a chegada do iluminado, tudo vai mudar: «É preciso arranjar maneiras, métodos, sistemas e meios para combater esse sentimento [de insegurança das populações]». Parece que não ofende mas ofende. O que é que nós temos cá andado a fazer? Quanto às maneiras, Sr. IGAI, podemos começar por dar algumas sugestões: Sempre que apontar um defeito numa Esquadra Policial ou Posto da GNR, faça-se acompanhar dum cheque, de preferência chorudo, para de imediato se proceder às alterações propostas e erros apontados. Liberte os motoristas, telefonistas e recadistas que tem, porque são polícias; libertem-se os motoristas dos governos civis que são polícias; que se notifiquem os tribunais para que sejam eles a fazer as notificações e que para o efeito têm que dotar os seus quadros. Sr. IGAI, para terminar, informa-se que a sua tarefa deve ir para além das polícias e de processos a polícias. A Administração Interna é enorme. Investigue o SIRESP, as ambulâncias, as compras para o combate aos incêndios e quem as fez. Sr. IGAI: Trabalhe e deixe que as polícias combatam a insegurança e o seu sentimento, pois não é com burocratas que se combate o dito cujo.

Tuesday, December 9, 2008

103 / Oh! É Lá Fora!

Mumbai, Lá Fora n.º 1 - Na India, o aviso terrorista não podia ter sido mais claro: os valores dos fundamentalistas islâmicos estão plasmados nos resultados. Também na audácia da execução. Por parte da autoridade do estado, a impotência da contenção. O exercício só acabou com a morte dos terroristas. O exército da maior democracia do mundo, também participou.

Atenas, Lá Fora n.º 2 - Na Grécia, o aviso terrorista vem encapotado. Resumidamente um polícia matou um jovem de 15 anos. Os jovens descontentes protestaram, manifestando-se. O governo tomou as medidas que tinha de tomar: suspendeu os elementos suspeitos dos disparos e (supunha-se) o caso seria resolvido no tribunal. A oposição [essa sim assassina porque aproveita as circunstâncias] fomenta as manifestações contra o governo para ver se este cai. Assim vai o povo na democracia mais antiga do mundo.

Wednesday, December 3, 2008

102 / Os Comentários

Assumir que se quer ter um blogue é assunto fácil nos dias que correm. Antes de se ter feito a primeira publicação, em 19 de Janeiro de 2007, pensou-se no modelo e assumiu-se o que se pretendia dele. Pensamos que estamos no caminho certo. Para quem não vive desta publicação, até que o resultado não é mau: uma certa actualidade, textos cuidados (embora nalguns casos com erros apesar de se tentar evitá-los) e uma foto/imagem que nem sempre parece ter a ver directamente com o texto. Mas a mensagem está lá. Este blogue pode ser um local de reflexão. Pode sim senhor. Este blogue é feito com cuidado, gosto, empenho e tenta falar de assuntos vários não seguindo uma agenda específica. É um local que não vive de publicidade, é obvio, pois não a vislumbram, mas dá-se muito bem com a publicidade que lhe fazem. Porquê esta conversa? Simples. Este blogue vive com comentadores ou sem eles. Já aqui várias vezes se pediu que os comentários tivessem alguma qualidade de conteúdo, que quem os lesse os percebesse e que estivesse minimamente ligado com a mensagem. Não é o que acontece muitas das vezes. Agradece-se a persistência dos comentadores que não se deixam enrolar na conversa baixa de outros. Queríamos manter o blogue com os comentários abertos e livres. Gostaríamos de continuar assim, pois tecnicamente poder-se-ia impedir a entrada dos comentários menos próprios e até ininteligíveis. Concluindo: todos podem e devem colaborar. Para quê o comentário impróprio se ninguém o entende?

Friday, November 21, 2008

101 / Salamaleque*

O nosso contacto com Mário Contumélias foi através do CENJOR [ Centro Protocolar de Formação para Josrnalistas ] local por onde também passou como formador o outro autor do livro. Mário Contumélias, ao longo de alguns anos foi ouvindo e escutando muito de muitos. Ouviu e escutou, tanto de Oficiais da PSP como da GNR
Deu formação a elementos que agora se encontram em lugares de destaque na vida policial portuguesa. Desde o actual n.º 2 do SISI, passando pelo 2.º Comandante do Comando Metropolitano do Porto, pelo representante da PSP em Bruxelas, pelo Chefe do Departamento de Operações e Segurança da Direcção Nacional, pelo Comandante da Escola Prática da Polícia, pelo responsável regional do Norte do SIS, etc., etc., etc. De Norte a Sul, dos Açores à Madeira, deu formação a inúmeros Oficiais de polícia, tanto do Instituto como oriundos da carreira de base. Ouviu muito de muitos. Também contou muitas histórias, muitas cumplicidades entre jornalistas, governantes e marcas de produtos. Contou como se lança um Presidente, como nasceu e aparece, a cada manhã, um jornal diário. Contou também como se fazem algumas manchetes de jornais e como se vendem determinados medicamentos, como por exemplo, os comprimidos para a gripe. Contou para que servem os Gabinetes de Comunicação. Também confidenciou como os jornalistas estagiários são explorados pelos jornalistas/directores/patrões da imprensa, sem direito a ordenado e, muitas das vezes, sem poderem aceder à cantina do jornal onde fazem o estágio. Tudo isto perante a passividade de jornalistas como ele. Contou muitas coisas. E foram muitos a ouvir.

Se este livro pretendia ser um retrato da polícia, falhou redondamente. Não se duvída de que os testemunhos ali registados sejam verdade e aconteceu [e acontece] algures a alguém. Infelizmente vai acontecendo. Temo-lo registado aqui várias vezes. Mas a polícia é muito mais do que ali se encontra registado. Além disso é vergonhosa a colagem a um sindicato e o critério [compreensível] de manter o anonimato para uns e a inversão [incompreensível] desse mesmo critério para outros. Também é vergonhoso levantar suspeitas e depois nada escreverem alegando que precisavam de investigação jornalística. Os autores sabem e podem fazer melhor. E eles sabem disso. Também foi decepcionante [mas já não supreende face ao trabalho apresentado] ver os autores num programa de televisão de qualidade duvidosa.

Uma pergunta: Conhecendo os seus autores, a pergunta que se põe é a seguinte: -que medicamento é que estarão a preparar-se para vender?

Uma segunda pergunta: que faz ali o Ministro Rui Pereira?

Concluindo: o livro em questão, é uma peça mal trabalhada dos autores. Poderiam e deveriam ter ido mais longe. O que fizeram, foi entrevistar alguns polícias e fazer uma ligação mais ou menos lógica do texto. Qualquer pessoa que saiba português o consegue fazer. Nem precisa de formação para o efeito. O livro que está por detrás dos nomes não vale o dinheiro gasto na compra. Este livro, sem os nomes dos autores, vendia o número de exemplares correspondentes aos convidados no dia do lançamento, nada mais.

* {do Lat. contumelia - s. f., afronta; injúria; insulto; - fam., mesura; salamaleque; vénia.}

Monday, November 17, 2008

100 / Inominados

De repente, parece que Portugal, descobriu que alguns indivíduos se serviam do futebol para negócios escuros. Chamem-lhe os nomes que lhe quiserem chamar, eles não se importam, pois faz tudo parte de uma cultura não só tribal como criminal. E acreditem numa coisa: não há clube ou SAD inocente no meio desta porcaria. Esses grupos organizados envolvem-se com a sociedade da lei e das regras, e usam-nas para se defenderem. Vivem, organizam-se e proliferam em torno da violência e ilegalidade. Durante anos tem sido assim. Por causa destes abstrusos, que os clubes/SAD alimentam, directa ou indirectamente, abertamente ou por baixo dos panos, voluntária ou forçadamente, que se têm passado das cenas mais violentas da nossa inocente sociedade civil, esta sim, a verdadeira prejudicada pela existência desses bandos organizados. Às pessoas, ao cidadão vulgar, não lhe passa pela cabeça o que estes indivíduos são capazes. Eles têm vindo num crescendo abusador; uma impunidade sem precedentes: ameaçam, traficam, agridem, insultam, cospem... e as Forças de Segurança ainda lhe têm que dar protecção!!! Muitos dos serviços (ditos) remunerados, para não dizer quase a sua totalidade, que as forças de segurança fazem aos estádios, são obrigatórios e executados nas horas de descanso dos elementos policiais. Os mesmos elementos policiais que depois vão entrar de serviço já completamente estafados. Para não falar ainda que todas as despesas dos meios materiais que são postos ao dispor destes serviços, se repercutem negativamente nos orçamentos das forças de segurança: os clubes/SAD limitam-se a "pagar"(!) uma mixordice por indivíduo e não é a todos [ver mensagem 47 / ... e Mal Pagos]. Estes criminosos têm que ser banidos enquanto grupo, e detidos, julgados e condenados enquanto indivíduos. Para que os verdadeiros adeptos possam retornar aos campos de futebol.
Por curiosidade, ver também as mensagens [46 / Espanto - 2 de Março de 2008] e [72 / Disfuncional - 20 de Maio de 2008]

Wednesday, November 12, 2008

99 / Desistir

De tempos a tempos somos confrontados com a triste realidade dos suicídios que vão acontecendo, tanto na PSP como na GNR. Normalmente aborda-se o facto, o suicídio, como um número, ou seja, com infomações do género: «GNR matou-se ontem e subiu para 14 os casos de 2008»[Subtítulo da manchete do Diário de Notícias de 12 de Novembro]. Depois compara-se com os elementos da PSP que se suicidaram no mesmo período. É triste, mas é assim que as coisas são apresentadas: por números. A reportagem do Diário de Notícias, que até ocupa um lugar nobre do jornal (centrais e mais uma página) não diz nada de novo: apresenta casos reais, graves, mas comuns a várias profissões e dá voz a vários doentes e entre eles, um com 50 [cinquenta !!!] processos disciplinares: «Há cerca de 50 processos internos contra mim». Por seu turno a GNR diz que vai fazer autópsias psicológicas* .Vamos aqui propôr que nos deixemos de brincadeiras, pois a realidade já não se compadece com mais estudos. Já todos sabemos o que está mal, logo pergunta-se: porque teimam os nossos dirigentes em agir?
[Sobre este assunto, veja-se a mensagem 90 / Real]
{ [*A autópsia psicológica é um procedimento utilizado em casos onde há dúvidas sobre as circuntâncias de uma morte, fazendo-se [se] necessário uma reconstrução do perfil psicológico da vítima e seu estado mental antes do fato juridicamente questionado] in "sanidadeinsana.blogspot.com"[O objetivo é firmar sintomas que sejam determinantes de suicídio, com os quais um número satisfatório de analistas concordem, para que se possa a partir daí avaliar pessoas que corram o risco de se matar e prevenir o problema] in "www.prometeu.com.br"}

Thursday, November 6, 2008

98 / Qui Varrant, Pauci; Est Multus, Qui Sordidet Aedes*

Quando o Director Nacional da PSP tomou posse, publicámos o nosso mais eloquente post: «Le Roi est Mort, Vive le Roi» [ver mensagem 51 / Francisco de Oliveira Pereira, 14 de Março]. Ficámos contentes porque tinhamos muita esperança, muitas expectativas. Demoradamente, muito lentamente, foi formando a sua equipa. Tinha-se iniciado um complicado processo de reestruturação da PSP. As pessoas que nomeou, colocou e fez deslocar, iriam cumprir esse propósito. É certo que há imperativos [legais] que tornam determinadas tarefas demoradas. No entanto, há outras situações que não se compreende como é que se chega a elas. Poderíamos citar muitas, mas só vamos abordar uma: Tendo a PSP recebido áreas novas sem reforço de efectivo, numa altura em que se aguardam inúmeros diplomas que virão - espera-se - mudar a face da PSP, o Chefe do Departamento de Recursos Humanos (intendente Maurício) vai-se embora para Cabo Verde? E o Director Nacional Adjunto permite? ( ou deseja que assim seja?) E quem o vai substituir, não deixará um Comando a meio de uma reestruturação pensada por ele?
*Mais há quem suje a casa que quem a varra

Sunday, November 2, 2008

97 / Brigada do Reumático - Service Pack 2

LS vem avisar que as Forças Armadas estão decontentes porque têm perdido regalias. Não são só as FA que têm perdido regalias, diremos nós.
VL vem lembrar que os militares têm armas e que as armas nas mãos de pessoas mais novas podem levar a resultados imprevisíveis. Vivemos numa democracia resultante de uma intervenção dessas, diremos nós.
O Presidente da AOFA relembra que o Ministério da Defesa não percebe da realidade e que deixou de ouvir as associações. Onde é que este senhor tem andado? Perguntamos nós.
LS, passadas vinte e quatro horas depois do primeiro aviso, vem dizer que o Governo está a pensar no caso e que em breve dará sinais. Governo contrata novo porta-voz? Perguntamos.
Num país como o nosso, poder-se-á dizer que foi mais uma manifestaçãio de descontentamento, como aliás têm acontecido muitas. Os polícias já se fartaram de jantar à custa de mostrar a(s) sua(s) indignação(ões); os professores não têm jantado tanto, mas manifestado mais, os enfermeiros, idem. O que há de novo, é haver generais a lembrar que os militares têm armas. Ok! Eles têm armas, pronto. As Forças de Segurança também. Se eles tiverem qualquer coisita, as FS também vão querer. Que as Forças de Segurança, em geral, são naturalmente solidárias com os militares, disso niguém duvide. Mais do que uma profissão, têm uma missão. Agora, usar da chantagem e da ameaça para fazer passar a mensagem,,, mais vale, em vez de se reunirem para jantar, se juntem e invadam a Assembleia da República como fez há anos um desatinado general espanhol. E esperem pelo resultado.

Tuesday, October 28, 2008

96 / Estava à Toa na Vida e o Meu Amor Me Chamou

A situação não é nova. Ainda no último post se falava disso. Há uma crescente disponibilidade para os nomeados tenderem a dar nas vistas, sobretudo pelos piores motivos. Mário Mendes, Secretário-Geral do Sistema de Segurança Interna, se o pensou, não devia ter dito. Dizendo-o, deveria ter pensado nas consequências. Agora, vir dizer, que estava na praia, que havia sol a mais na altura que aceitou o cargo… A ligeireza com que se fazem certas afirmações, deveriam desde a primeira hora ser escrutinadas: «Ai estava na praia? Estava ao sol? Então volte para lá! Está demitido!» Era assim que avançávamos. Era assim que evoluíamos. Mas não. Fica tudo na mesma. Mas, não contente, põe em marcha as suas intenções: uma polícia unificada! Bem, não é bem unificada, é só uma tutela única. Pura fantasia!!! Depois, há zonas da cidade de Lisboa que evita. Mais uma vez se o pensou, não o deveria ter dito. Se o fez poderia ter ficado calado. Um ponto positivo nas suas afirmações: «A Polícia perdeu a rua». É verdade. Mas porque alguém, há muito tempo atrás, perdeu o juízo.
(E, se alguma vez este país foi alguma coisa, foi de velhos e certamente não é para velhos.)

Tuesday, October 21, 2008

95 / É do ...

Alípio Fernando Tibúrcio Ribeiro tomou posse como Inspector do Ministério Público. A propósito da sua saída da Polícia Judiciária, transcrevemos aqui o nosso post 67/ Tibúrcio, de Maio deste ano: "Este senhor, que era Procurador Geral no Porto antes de se tornar Director Nacional da Polícia Judiciária, teve todas as oportunidades de se demitir. Este senhor deu todas as oportunidades ao Governo para o demitir. Mas nunca aconteceu. No caso McCann, para além de o ter praticamente deitado abaixo, e com ele o nome e o prestígio da PJ, ficou danado com umas observações -correctíssimas- dum Inspector e demitiu-o. Nas noites do Porto, ao ser nomeada uma equipa especial, deveria ter-se demitido. Não o fez. Ele andava à procura. Finalmente encontrou: após a aprovação da nova lei orgânica da PJ, em que o mesmo obviamente participou, o primeiro comentário que faz à mesma é dizer que a PJ afinal deveria mudar de Ministério. Já dizia o outro: «calado és um poeta!»" E agora vai inspeccionar, entre outras, a Direcção de quem foi director? Onde chegou a pouca vergonha, falta de ética, verticalidade, bom senso, siso, oportunidade.... Tsst!, Tsst!, Tsst. Assim não vamos lá.

Tuesday, October 14, 2008

94 / Então?!...

O Comando Distrital de Viana do Castelo da PSP instaurou processos disciplinares a 18 agentes daquele Comando, por estes não terem permanecido num local para que foram convocados. Se os processos foram instaurados é porque há a forte convicção que 18 (dezoito) agentes não cumpriram com o seus deveres. Ou, quem fez a análise da situação, não estará no seu juízo perfeito. Seja como for, este caso não pode ficar por aqui. Há que haver consequências. Tanto faz que seja para um lado ou para o outro, ou para ambos. Tem que haver consequências. Relembra-se aqui, que há dias, no Algarve, foi dado um outro sinal de idêntica intensidade e até agora... nada. É caso para perguntar ao Sr. Director Nacional da PSP: Então?!...
NOTA FINAL: O Sr. Comandante de Viana do Castelo que dá tantas entrevistas a Jornais e Televisões, desta vez diz que não presta declarações.

Sunday, October 12, 2008

93 / Juízes de Fora - Parte II

Em Dezembro de 2007, fizemos um apontamento a propósito do Sr.Procurador-Geral da República (PGR), Pinto Monteiro, ter nomeado a Procuradora Maria Helena Fazenda, de Lisboa, para dirigir e coordenar a investigação de todos os inquéritos relacionados com os crimes da noite portuense [ver Mensagem 21 / Juízes de Fora]. Tem trabalhado em silêncio e, parece-nos, produzindo efectivamente trabalho de qualidade. O seu silêncio e low profile vale mais do que ouro. Tal como dizem os ingleses: «No news is good news». Por maioria de razão... quando há notícias, é porque estas são más. O computador portátil foi-lhe roubado. O seu hard disk tinha que ter informação do valor do peso do seu silêncio. Não adianta vir dizer que lá não havia nada de importante, pois ninguém quer ter a imagem da senhora, a levar um portátil consigo, só para consultar sites [eventualmente duvidosos] na net ou para praticar uns joguinhos com o CR7. Obviamente que o seu portátil estava cheio de coisas importantes. Quanto mais depressa admitir melhor. Já agora, a talhe de foice, pergunta-se: será que os Magistrados conhecem a legislação SEGNAC no que diz respeito a matérias classificadas? É que o Ministro da Defesa Paulo Portas, desconhecia [ver Mensagem de Novembro de 2007, 14 / Perigosa Rapina.]

Thursday, October 9, 2008

92 / Secreta[rio]

Tomou posse o novo Secretário-Geral do Sistema de Segurança Interna, vulgarmente conhecido por SISI. Na sua posse, Mário Mendes garantiu que não vai interferir com as competências atribuídas aos responsáveis pelas forças e serviços de segurança. Afirmou que «nunca (...) confundirá minimamente com as competências que são atribuídas [às polícias e forças de segurança], respeitando as competências próprias e a organização hierárquica (...)» Na altura, MM, Juiz Conselheiro, pediu a colaboração do Comandante-Geral da GNR, do DN/PSP, do DN/PJ e do Director do SEF.: «Peço-vos a vossa inteira colaboração, estando certo que ela será dada sem reservas, porque conheço há muito tempo a vossa maneira de estar e de agir», disse. MM fez notar ainda que, no exercício das suas funções, não haveria qualquer interferência ou invasão com o Ministério Público. Policíadas deseja um bom trabalho e um... seja bem vindo a este lado da barricada.

Wednesday, October 8, 2008

91 / Cada Um no Seu Lugar

Cada macaco no seu galho. Homem é Homem e bicho é bicho. Gordo é gordo e magro é magro. Noite é noite e dia é dia, embora Dia possa ser noite e dia. Um Polícia é um Polícia e um Magistrado é um Magistrado. Afinidades, amizades, cumplicidades e outras idades são coisas que não se misturam. Tal como Polícias e Jornalistas. Não há acordos tácitos, nem conhecimentos antigos. Não há vozes off, nem combinações para amanhã. Não há condescendências nem compreensões. Não há reuniões privadas de nivel 1 e reuniões de nível 2. Não há bons nem maus, tanto Magistrados como Polícias. Só há profissionalismo, seguir as regras e no fim, se sobrar tempo, poderemos ir beber uns copos. Mas cada um paga a sua.

Tuesday, September 30, 2008

90 / Real

Dois polícias, um homem e uma mulher, abateram, a tiro, os seus companheiros. Os motivos, dizem, foram de ordem passional. Vão desculpar todos, mas aqui, o desacordo não pode ser maior. Condenem-se os actos, horriveis, hediondos, mas não se desprezem as causas. O desequilibrio emocional que levou ao cometimento do crime, até poderá ser passional. Mas as causas remotas estão já há muito definidas por todos: instabilidade laboral, insalubridade laboral, falta de protecção hierárquica, afastamento do núcleo familiar, maus vencimentos, nulas recompensas, carga horária excessiva [não esquecer que para além das horas normais diárias ainda há as idas a tribunal, ainda que em folga, os serviços remunerados compulsórios...], falta de perspectiva nas carreiras [quer vertical quer horizontal], exigências especias para se ser polícia mas a inexistência de qualquer regalia para essas exigências, sobreexposição mediática, dupla tramitação processual disciplinar, etc., etc., etc. e, least but not the last, o alheamento e incapacidade de reconhecer e/ou resolver/encaminhar dos problemas dos subordinados, por parte das chefias directas. Enfim, este é o post que gostaríamos de nunca ter escrito. Nem estamos a branquear os actos, que desde já se condenam. Mas, mais uma vez dizemos: há muito que estávamos à espera que algo do género acontecesse. Foi pena que tivesse acontecido, mas que ninguém se mostre surpeendido.

Thursday, September 25, 2008

89 / Insígnias

Se consultarmos dicionários e enciclopédias portugueses de qualidade, verificamos que a seguir a INSÍGNIA segue-se a definição para INSIGNIFICANTE. Mas isto é uma mera curiosidade. Também não deixa de ser curioso percebermos como é que 80 (oitenta) homens íntegros se deixaram enrolar num sofisma sindical. Por outro lado, já não espanta o esforço sindical em demonstrar, com o maior alarde possível, o quão inúteis eles têm sido nos últimos tempos. O caso das insígnias é por demais evidente: os 80 (oitenta) homens íntegros que se deixaram enrolar num sofisma sindical, retiraram insígnias de especialidade militar que obtiveram, salvo uma ou outra excepção, precisamente quando eram militares. Antes de serem polícias. Insígnias de especialidade que, eventual e certamente, lhes abriram ou facilitaram portas para estarem numa unidade especial. Insígnias de especialidade que não fazem sentido numa polícia que se diz civil. Menos sentido faz, um sindicato, promover e alardear uma revolta, usando aqueles simbolos [militares] como exemplo. Deveria era estar contente e feliz por eles serem retirados, pois são eles [sindicatos] que constantemente estão a dizer que a polícia não tem que participar em actividade militares porque é civil. Quando é que esta gente percebe que não é este o caminho?

Tuesday, September 16, 2008

88 / Dois Momentos

MOMENTO AGRI-DOCE - Comprovada a falência da RNPSP [Rede Nacional da PSP] pelos motivos há muito expectáveis: da rejição inicial devido à sua introdução à pressão, seguido da sua lentidão, e, adivinhando-se desde 2006, a génese de uma nova rede de partilha de dados, com o consequente desinvestimento naquela rede. É obvio que a chegada da RNSI se aplaude. É pena que se tenha perdido tanto tempo, esforço e dinheiro e pouco se tenha apre[e]ndido, pois que agora se repete o mesmo erro: introdução à pressão, sem explicações sustentadas e, sobretudo isso, a inoperacionalidade do sistema durante a migração de dados, durante vários dias, de diversos departamentos policiais, levando a autênticos ataques de nervos a quem quisesse elaborar expediente ou enviar um simples e-mail. Mas uma vez normalizada a situação não há dúvida que é uma beleza: rápida e castradora.
MOMENTO DE APERTO - Não podemos anunciar que tudo corre mal. Também não podemos fingir que tudo corre bem. E há momentos em que temos que decidir. E a Direção Nacional da PSP tem que decidir. E a decisão tem que ser rápida sob pena de os efeitos da falta dela degenerarem em momentos embaraçadores. Tanto para quem toma a decisão como para quem fica com os efeitos dela. Há muitas coisas no ar que estão a demorar a sair; coisas importantes que há meses esperam uma decisão e, quanto mais se espera... mais se desespera. Talvez seja um mal Nacional anunciar muito antes do tempo a execução de qualquer coisa. E depois dá nisto. De que falamos? Explica-se: a) Estatutos diversos; b) Regulamentação do dispositivo; c) Nova dotação dos Comandos após a sua reestruturação; d) É preciso mais?

Wednesday, September 10, 2008

87 / Portugal - Dinamarca

Desiludam-se todos aqueles que pensam que aqui se vai falar de futebol. O futebol é só o pretexto para se traçar o paralelismo pretendido. Ou seja:
1) temos um dos melhores treinadores do mundo;
2) dos melhores jogadores do mundo, incluindo as nacionalizações;
3) dos melhores lesionados do mundo;
4) das melhores instalações dos mundo; das melhores gargantas [leia-se jornalistas] do mundo;
5) poderíamos ir por aí no que de melhor do mundo temos. Temos o mundo a nossos pés. Pensamos em grande, falamos em grande, publicitamos em grande, enfim, orgulhamo-nos em grande. Mas isso é antes. O durante e o depois é que é o caraças. Nas Forças de Segurança é igual:
1) temos um dos melhores ministros da administração interna do mundo;
2) das melhores polícias especiais do mundo;
3) dos melhores polícias de gabinete do mundo;
4) das melhores apresentações publicitárias do mundo, incluindo buscas domicialiárias com jornalistas, tiro ao alvo para o mundo ver o que melhor há no mundo
5) poderíamos ir por aí no melhor do mundo que temos, incluíndo helicópeteros, glocks, sniper´s, equipas especiais contra criminosos especiais. Mas a porra é que os crimes acontecem fora dos holofotes. Os crimes são situações pré-mediáticas: não se fazem anunciar. O povo é que sofre com as situações pré-mediáticas, pois os agentes criminosos são, como assim dizer, provocados mediaticamente. Resumindo: jogamos muito melhor, mas os outros é que marcam os golos.

Tuesday, September 9, 2008

86 / Brincar Com o Fogo (2)

A 28 de Maio publicámos aqui uma pequena e importante nota sobre a forma como a Polícia, os Polícias e os Assuntos Policiais eram abordados [ver Mensagem 73/ Brincar Com o Fogo]. Na altura salientou-se a idéia, que foi repetida em outras mensagens, que não era bom falar assim tanto destes assuntos pois não concorreriam para o efeito desejado, antes pelo contrário, que era, e é, acima de tudo, baixar com o sentimento subjectivo de insegurança. Acabava a mensagem com a seguinte frase: "Agora, duma vez por todas, deixem de brincar com o fogo, pois um dia destes queimamo-nos todos. Com aquele fogo que arde sem se ver, sem ser propriamente… amor." Mudando se assunto. Há uns meses atrás, não muitos, um indivíduo foi agredido dentro de uma Esquadra. Decidiu o Ministro [esta mania dos Ministros acharem que fazem melhor que os polícias...] que as Esquadras tinham que ter, no mínimo, dois agentes em serviço, nem que se anulassem patrulhas na rua, verdadeira razão de se ser Polícia. Mas enfim, a medida foi tomada e eventualmente aplicada. Agora, um indivíduo deu um tiro noutro dentro duma Esquadra Policial. Qual vai ser a medida do Ministro? Fazer aplicar a lei que se aplica aos estabelecimentos de restauração e bebidas, contratatando empresas de segurança privada para se fazerem revistas às pessoas à entrada das instalações policiais?

Saturday, September 6, 2008

85 / De Volta

Um arreliador contratempo na gestão do blogue manteve-nos afastados durante a maior parte do Verão. Durante este período aconteceram coisas muito graves; mas nada que não tivessemos anteriormente previsto. Quando se 'perde tempo' a analisar determinados factos, comportamentos e timings, só se estiver muito distraído é que não se consegue lá chegar. Portanto, estivemos afastados, mas mesmo que tivessemos estado activos, pouco mais haveria que dizer, sendo certo que o faríamos e duma forma ponderada, responsável e objectiva. Antes de voltarmos à carga - em definbitivo - era bom que lessem alguns posts atrasados. A todos os leitores e comentadores que se mantiveram a visitar estas Policíadas e nada encontravam de novo... as nossas desculpas.

Monday, July 28, 2008

84 / Sr. Comandante das Forças de Ocupação

O homenzinho da Madeira [de sua graça, João] desta vez ultrapassou todos os limites: as forças policiais, para além de outras, são forças de ocupação colonial. Se não fosse tão sério dava para rir. Aliás, dá para rir de qualquer maneira. Mas o assunto é sério. Não o facto do Intendente Lucas ser o Comandante da Polícia de Ocupação, que ele certamente, com o seu bom carácter, irá olhar para o assunto como quem olha para um pinsher, mas sim o facto de, já que os politicos nunca dizem nada, ao menos que a polícia de demarque. É fundamental que o faça, e que o faça já, pois o bicho ontem atacou a legitimidade da Guarda Fiscal, amanhã atacará outras legitimidades entre as quais a PSP. É que pode-se andar a brincar às autonomias, aos politicos, aos negócios dos crescidos, às lavandarias e até jogar à roleta; agora, meter a PSP no mesmo saco, faz pensar que é resultado de uma estratégia, já assumida, de provocação crescente, que tem que ser de imediato condenada. Ao Intendente Lucas, uma boa sorte nessa provincia ultramarina das bananas, são os votos policiais.

Monday, July 21, 2008

83 / O Caminho

Vamos directos ao assunto: CARJACKING. Criar equipas especiais para combater este 'fenómeno' não é bom sinal. Embora possa acalmar algum público, o efeito do marketing poderá ser, eventualmente, muito mais eficaz. Não se duvida que uma equipa ou outra venha a ter, obrigatoriamente, algum sucesso, mas o caminho não será por aí certamente. O fenómeno existe não por falta de repressão policial, mas sim pela impunidade do mesmo: as leis são favoráveis para os impetrantes. Como não se acredita que que a polícia possa ter acções [mais] violentas daquilo que a lei permite [sim, não estamos no Brasil] não podendo atirar a matar [salvo, grosso modo, em caso de legitima defesa própria ou de terceiros] não se vislumbra qual o efeito continuado destas equipas [a não ser o marketing, tal como foi dito]. Por outro lado, transformar a polícia em força reactiva de rotina em vez de preventiva, estamos a dar um passo largo para nos tornarmos numa polícia violenta e intolerante. [E amanhã este Ministro já cá não está]

Wednesday, July 16, 2008

82 / A Polícia Está na Moda

Durante uns tempos ficámos em silêncio. Um silêncio doloroso face aos acontecimentos num bairro que foi inventado, criado, abandonado..., tudo por culpa da EXPO 98. Ficámos, como ursos em cima da montanha, a olhar para o povoado. E do que vimos, gostámos pouco. Mas gostámos menos ainda, pelo (in)oportunismo dos políticos [mais uma vez], Ministro e Secretário de Estado da Administração Interna incluídos. Falou-se muito [e mal] sobre a problemática do bairro de Lisboa. Falou-se de Polícia e de polícias até dizer chega [ver mensagem 73 / Brincar Com o Fogo de 28MAI2008], mas pouco se disse; como se o problema fosse essencialmente policial.
Depois do bairro, veio o polícia do Porto a queixar-se de que tem medo do colega e que a hierarquia nada faz. A seguir é uma cadela das equipas cinotécnicas que se reforma devido à idade [tem mais sorte que os seus colegas de dois membros]. Continuando, é a vez da OS sobre o Atavio e Aprumo: na televisão riem-se, com algum desdém, diga-se. Um homem do sindicato, ficou triste porque os companheiros que tinham ido para a guerra do ultramar iam ter que apagar as tatuagens, dando como boa referência, o facto dos colegas alemães terem cabelo comprido (?) e de usarem peircings. As rádios nacionais fazem rábulas com a situação. Falam de nós por tudo e por nada. Enfim, a polícia está na moda.

Wednesday, July 9, 2008

81 / Bons Sinais

PRIMEIRO BOM SINAL - Por altura do Euro 2004, a PSP realizou um dos mais importantes e mais caros investimentos: as Salas de Situação. Importantes, porque se criava, em definitivo, um local previligiado para gerir situações de crise e ainda porque viria a pôr, pelo menos era isso que se esperava, todos os Comandos em contacto directo e online. Caro, não só porque efectivamente custou uma pipa de massa, mas também porque só estão online os Comandos que tiveram o Euro 2004 [dizia-se na altura que os restantes Comandos iria ser dotados de infraestrutura idêntica após o Euro], mas acima de tudo, porque todo esse investimento tem estado desligado. O actual Director Nacional resolveu dar-lhe uso: diariamente faz-se um briffing com todos Comandos que estão dotados com esta tecnologia. Embora a tecnologia usada esteja ultrapassada [hoje em dia há mais barato e muito melhor] é necessário que os restantes Comandos passem também a estar ligados. Em todo o caso, esta reunião diária é fundamental. Definitivamente um bom sinal.
SEGUNDO BOM SINAL - A publicação em Ordem de Serviço [O. S., Direcção Nacional, Número 19, I Parte B, de 9 de Julho de 2008] de pequenos conselhos, denominados «Atavio e Aprumo». Finalmente. É uma prova de que não precisamos de estar à espera de grandes decisões ministeriais para começarmos a por ordem em casa. Podem crer que a maioria dos polícias aplaude a decisão. Embora as vozes de desacordo se façam sempre ouvir mais alto, esta medida só peca por tardia. Agora falta o mais difícil: aplicá-la. Mas é sem dúvida um bom sinal.

Sunday, July 6, 2008

80 / Orgulho e Preconceito

DOS JORNAIS, ALGUMA OPINIÃO PÚBLICA EM GERAL E ALGUNS ELEMENTOS POLICIAIS EM PARTICULAR - Comprar o «Expresso» e ver como notícia de capa o caso dos espiões à portuguesa. Grave por sinal. Por diversos motivos: a velha questão de quem policía os policias?; ou de quem vigia os vigilantes?, ou de quem julga os juízes? Podíamos ir por aí a fora. Mas o que ressalta realmente da notícia é o facto de os polícias (PSP e PJ) ganharem [muito] mal, e como tal precisam de trabalho extra, ilegal, na área que trabalham, para equilibrar as contas; que os detectives privados precisam de regulamentação; que os meios tecnológicos da PJ estão entregues a indivíduos sem escrúpulos. Isto por um lado. Por outro lado, a vergonha que alguns rapazes da PJ se sentirem ofendidos e rebaixados por ter sido a PSP a fazer as investigações. Vamos ao essencial: O importante da notícia é sabermos que há polícias [a grande maioria] honestos e trabalhadores que não se revê no chico espertismos que parasita transversalmente na sociedade portuguesa e que, como tal, obedece a valores e princípios que [também] se aplicam no mesmo sentido, doa a quem doer. O facto de serem elementos da PSP a investigarem o caso, parece que melindrou alguns elementos da PJ. Não se percebe porquê, pois o detentor do processo é sempre o Ministério Público. Em todo o caso, pergunta-se: onde está o respeito agora exigido, quando elementos da PJ vão dar voz de prisão, dentro das instalações policiais [PSP e GNR], ou quando vão fazer alguma detenção, de uma pessoa mais conhecida, darem conhecimento antecipado para um canal ou outro de televisão, consoante o caso? Afinal é orgulho ou preconceito? Ou será antes complexo de superioridade?

Saturday, June 28, 2008

79 / Trio Eléctrico

Cada um dos senhores ao lado, cada um a seu nível, já comeram do mesmo prato. Agora, os dois das pontas, cada um a seu nível, começa a comer do próprio veneno. O do meio, no seu estilo caceteiro, lá há-de chegar. Não é que em determinado momento - em muitos momentos- as associações que estes indivíduos representam não tivessem razão. A forma que utilizaram, têm vindo a utilizar, e certamennte continuarão a utilizar, de denunciarem as anomalias nas organizações que defendem, nos tempos que correm, só serve para encher páginas nos jornais. E como não se pode dizer mais do mesmo, já não se diz só aquilo que se quer dizer, para passar a dizer o que se pensa, sem muitas vezes pensarem bem no que dizem. Já foi aqui dito várias vezes que os sindicatos têm vindo a alimentar uma súcia de indivíduos que só têm feito mal à verdadeira luta dos polícia: é só dar uma olhadela pelos Comandos Policiais para ver quem, quando e como é que os sindicalistas usam os dias e as horas consignadas na lei para actividade sindical. Obviamente que há excepções - muito - honrosas. O homem do meio não deixa de ter alguma razão no que diz, quando diz que durante o dia há mais polícias nas instalações policiais. Mas se tem razão quanto ao facto, não tem razão nenhuma quanto aos motivos.Vejamos:
1} é durante o dia que se dá cumprimentos aos mandados judiciais;
2} é durante o dia que se fazem os julgamentos e, como tal, se levam e trazem os detidos das esquadras para os tribunais;
3} é durante o dia que se fazem as penhoras;
4} é durante o dia que se dá cobertura e apoio aos solicitadores judiciais;
5} é durante o dia que se ouvem em declarações os mais diversificados indivíduos que respondem em autos criminais e de contra-ordenação;
6} é durante o dia que se emitem certidões de acidentes e expediente em geral;
7} é durante o dia que se emitem as mais diversas licenças e autorizações;
8} é durante o dia que se contactam as autoridades de todo o país para se acertar e coordenar procedimentos;
9} é durante o dia que se dá formação profissional;
10} é durante o dia que se aplica o programa Escola Segura;
11} é durante o dia que se aplica o programa Comércio Seguro;
12} é durante o dia muito mais coisas.
13} é durante o dia que o mundo febrilha.
Se o homem do meio conseguir virar o mundo de pernas para o ar, vai certamente passar a ver mais policias à noite. Agora, os homens das pontas defenderem-se que não são os sindicatos que fazem as escalas... Tsst! Tsst! Tsst!

Wednesday, June 25, 2008

78 / É Triste Mas Não Se Admirem

Os puristas que nos desculpem, mas o descontentamento dos homens da Investigação Criminal da PSP não é uma guerra sectorial, muito menos regional: é um assunto nacional. Diz respeito a toda a polícia. Não diz respeito a uma revolta de uns determinados indivíduos, mas sim a toda uma classe, não só dos 'investigadores', mas de todos os desiludidos. É mais um reflexo, embora tardio, de alguns desmandos da Direcção Nacional que, pelo andar da carruagem, transitam da anterior direcção para esta. É isto que está em causa. Com um novo Estatuto à porta, com documentos de «propostas» confidenciais a circularem em fotocópias como nunca se viu, com a contra informação a correr mais do que nunca e, mais uma vez, a Direcção Nacional, a responder, ou com o silêncio ou com a sobranseria que teima em não desaparecer, do que é que estavam à espera? Quando as 'reivindicações' saem assim para a rua é porque pelos menos aconteceu uma das seguintes situações: 1) falta de confiança na estrutura hierárquica; 2) falta de confiança nos representantes sindicais; 3) Demora nas respostas do problemas apresentados; 4) sentimento [de angústia] de que não há nada a perder. Tudo isto aliado à falha clamorosa - e reiterada - de comunicação interna [que também é externa] por parte da Direcção Nacional da PSP, dá no que dá.

Sunday, June 22, 2008

77 / A Pergunta Insistente

Sistema Independente de Comunicação - Com publicação online pelas 19:21 de 21 de Junho de 2008, a SIC noticía: «Violência na Praia - Confrontos em Oeiras obrigam à intervenção da PSP - Confrontos na praia de Santo Amaro de Oeiras obrigaram hoje à intervenção de três equipas da brigada de intervenção rápida da PSP, não havendo registo de feridos, nem de detenções, de acordo com a polícia.» No Telejornal da 20:00, a SIC faz um directo em que o jornalista no local ouve umas três testemunhas e a grande preocupação do mesmo é insistir nas perguntas:«...e a polícia esteve bem? ... e acha que houve excessos por parte da polícia?». E continuou com a sua cruzada a perguntar o que é que a polícia fez. Informar ou perguntar quem eram os indivíduos envolvidos na rixa, razões da mesma, qual a faixa etária, se eram brancos, negros, ciganos, nacionais ou estrangeiros, se estavam bem, bêbados ou drogados, enfim, muitas mais questões, sérias questões, nada. Isso não interessou porque poderia ser indiciado como descriminação. Orientar, dar oportunidade, abrir caminho para os intrevistados falarem mal da polícia... é um fartar, vilanagem. A determinada altura, quando um concidadão brasileiro diz que a polícia esteve bem, que cumpriu o seu papel e que cumpriu bem, por coincidência... a reportagem acaba.

Wednesday, June 18, 2008

76 / Noção do Ridículo

Jornal de Notícias, 18 de Junho de 2008 - A propósito das equipas velocipédicas da PSP do Porto, que são voluntários e voluntariamente compraram equipamento para se poderem mostrar, com orgulho, diga-se, perante a população banhista, nacional e estrangeira. O Intendente Teles - consta que futuro número dois do COMETPOR - questionado sobre o facto, vem tapar o sol com a peneira, que o único problema foi o do fornecedor. Mentira: a situação não é nova. Pode enganar para fora da corporação. Mas para dentro, para os homens que vai comandar, isto foi um mau sinal. Pior foi quando disse, que quanto aos elementos que tinham comprado o equipamento, que o problema era deles pois compraram porque quiseram e a polícia não lhes ia ressarcir de nada. Então... Vá lá. Não custa nada fazer boa figura. Dê lá o dito por não dito que o pessoal agradece e fica bem na fotografia.
RTP ÁFRICA, 18 de Junho de 2008 - A televisão mostra uma reportagem em que refere que o governo francês ofereceu à PJ de Vabo Verde equipamento para operações especiais: Botas, coletes, calças, enfim, fardamento. Lá estão os homens fardados com esse equipamento, com capuz e tudo, Ministros de ambos os países, muitos cumprimentos. Valor da oferta: € 8.000,00 (oito mil) euros!!! Digam lá se o ridículo não pode matar?

Wednesday, June 11, 2008

75 / Paralizações

A posição das Forças de Segurança face à paralização dos camionistas merece, no mínimo, uns momentos de reflexão: os camionistas paralizaram as viaturas, mas eles não paralizaram entre si: continuaram em actividade, através de piquetes ilegais, a abordar de viaturas, a intimidar e ameaçar camaradas de profissão para serem 'voluntários'. Um rol de ilegalidades pacientemente visionadas e controladas quer pela PSP quer pela GNR. As Forças de Segurança foram vigilantes, atentas e sobretudo pacientes. Foram feitas as escoltas necessárias sem incidentes. Fizeram um bom trabalho. O dispositivo montado foi eficaz e nunca foi necessário medir forças 'à moda antiga'. E ainda bem. Não deviam ser elas os protagonistas. Ainda bem que acabou porque essa paciência tem limites. Desta vez correu bem, mas é preciso notar que situações como esta começam a repetir-se e legalidade democrática a ser posta em causa por elementos que entendem agir de determinada maneira... porque sim. E não pode ser. Quem não se lembra de ver (as televisões transmitiram em directo) uns indivíduos civis, com coletes amarelos, a fazerem revista a viaturas que entravam na lota de Matosinhos. Com que legitimidade? E os piquetes dos camionistas a fazerem pior? Desta vez ficámos assim. Parabéns às Forças de Segurança pela paciência e diplomacia. Mas será que a mesma fómula funcionará sempre?

Monday, June 2, 2008

74 / Patético

Situação 1 - Lisboa - 26 de Maio - O Comandante Metroplitano de Lisboa, Superintendente-chefe Jorge Barreira, na sua tomada de posse frisou que os seus subordinados deviam sentir-se satisfeitos por terem emprego: “deviam era estar contentes com o salário a cair na conta bancária, no dia 21 de cada mês”, disse.{Ou este senhor não percebe nada de comando de homens, ou está a pedir que o mandem embora}
Situação 2 - Neuchatel - 01 de Junho - Umas horas antes da chegada da selecção portuguesa à Suiça, o Comandante da Polícia de Neuchatel, com toda a arrogância e sobranceria que um polícia não deve ter, afirmou em conferência de imprensa, que não iria permitir aos adeptos [referia-se certamente a Turcos e Portugueses] determinado tipo comportamentos, nomeadamente andar na rua até tarde, fazer barulho, gritar, apitar, no fundo, proibir a festa. O resultado para já não é favorável ao Sr. Comandante. .
{Ou este senhor não percebe nada de psicologia de multidões, ou é racista ou está a pedir festa}
Situação 3 - Braga -
02 de Junho - O Comandante da GNR de Braga, numa formatura geral vem com o discurso que os seus homens não podem reivindicar nada [melhores salários, horário de referência, folgas condignas] pois quando vieram para a força aquelas regras já existiam e como tal «não podiam querer mudar as regras a meio do jogo».
{Ou este senhor não percebe nada de comando de homens, ou leu os jornais e gostou discurso do seu camarada de Lisboa, ou está contra o governo, pois este não tem feito outra coisa que mudar regras a meio do campeonato, ou está a pedir bronca}

Wednesday, May 28, 2008

73 / Brincar Com o Fogo

Se olharmos com alguma atenção para a imprensa em geral – e para os jornais em particular – verificamos que há um acentuado aumento do número de notícias referentes: 1) à Polícia; 2) a polícias; 3) a assuntos policiais. Quanto aos últimos nada se pode fazer, pois é o papel que o Estado, enquanto demissionário de diversas politicas sociais, reservou para nós. Quando se fala de polícias, a título individual e particular, raramente é para mostrar, indicar, apontar, enaltecer, enfim de alguma maneira, falar positivamente do indivíduo, da pessoa humana que, por ser polícia, adquiriu valências que a sociedade tem usufruto delas. Pela negativa… vou ali e já volto! Finalmente a Polícia, a Instituição. Muitas das vezes, parece ser «uma coisa que está ali» e que serve para falarmos mal. Mas não é isso que agora se pretende dizer. O que se pretende chamar à atenção é o seguinte: há já vários anos que a Polícia de Segurança Pública tem servido de joguete dos políticos: usam-nos, fazem-nos promessas, passam-nos as mãos pelo lombo [enquanto oposição]; no poder, só não nos tiram mais porque… parece mal, ou ainda não foi oportuno. Mas as novas investidas estão aí: começam por lançar na imprensa determinadas «notícias» e depois aparecem os desmentidos. Parece que há uma pesca à distância: lançam o isco a ver qual a reacção. O caminho, a ser por aí, é muito perigoso. Já basta que nos confundam com funcionários públicos – embora formalmente já o sejamos – porque a realidade, a curto prazo, vai ditar a incoerência da decisão. Agora, duma vez por todas, deixem de brincar com o fogo, pois um dia destes queimamo-nos todos. Com aquele fogo que arde sem se ver, sem ser propriamente… amor.

Tuesday, May 20, 2008

72 / Disfuncional

Idos de 2004 - A estratégia de segurança usada por Portugal durante o Euro 2004 criou um modelo que pode e deve ser utilizado por outros países
Um dos grandes resultados do Euro 2004 foi o modelo de policiamento adoptado para o efeito: o modelo dos Níveis de Intervenção. Um modelo de baixa visibilidade, proactivo e enérgico quando necessário. A polícia deixava de aparecer musculada e ofensiva para aparecer, cooperante, compreensiva, mas também altamente segregacionista – no que à separação de adeptos complicados dizia respeito – e judicialista [pronta apresentação em Tribunal dos desordeiros]. Num estudo publicado no Weblog do Prof. Dr. Otto M.J. Adang, encarregado da Cátedra Manutenção de Ordem Pública na Academia Holandesa de Polícia, Professor Visitante na Universidade de Liverpool e na Academia Sueca de Polícia, diz que o modelo de policiamento criado por Portugal para o Euro 2004 foi um sucesso. Dois Professores seus acompanhantes, Martina Schreiber e Clifford Scott, ambos da Universidade de Liverpool, para descreverem a eficácia da polícia, referiram um comentário de um adepto alemão que quando confrontado com um grupo de adeptos rivais disse: «Eles provocaram-nos e queriam começar uma luta. Mas antes de o conseguirem, os polícias à paisana, que estiveram lá sempre, detiveram-nos». Chegámos à nossa questão: os polícias à paisana, os Spotters. Esta figura, que foi um dos pontos de honra e de sucesso policial do Euro 2004, tem vindo a ser desvirtuada. Serve para quê, se andam com os coletes a dizer «polícia» desde o princípio ao fim do policiamento? Quem autoriza e implementa estas medidas não pode deixar de estar muito enganado, pois não foi esse o espírito da sua criação. O Spotter é sempre um intermediário entre a tensão existente no local do evento e a ‘carga policial’. O Spotter, como acompanha grupos de adeptos, não faz carga policial, até porque está à paisana. O que se viu no Estádio Nacional no passado domingo, na Final da Taça de Portugal, com Spotters a fazerem carga policial, deita por terra um trabalho honesto e difícil, feito ao longo dos anos, a nível nacional, por verdadeiros Spotters, junto dos adeptos das equipas locais. Os polícias à paisana com colete de polícia que fizeram a carga, com bastões extensíveis [a PSP já fornece este material? Se fornece, desculpem a ignorância] não sabem o mal que fizeram junto aos seus camaradas de outros Comandos onde há futebol. Um Spotter não faz carga, a não ser em situações especiais. Não foi o caso.

Sunday, May 11, 2008

71 / Distracção – (3)

Afinal também nós andamos distraídos. Sem desculpas, mas o facto é que os assuntos são tantos, a selecção dos artigos é exigente, não há tempo para digerir a agenda, resultando o que resultou. Então, não é que ao fazermos o post 66 / Começar Mal (ponto final) demos por encerrado um assunto das colocações dos oficiais? Só mesmo uma grande distracção. É que para além dos Intendentes que foram colocados, ainda só (!) falta movimentar os Subcomissários que foram promovidos a Comissários e destes, os que foram promovidos a Subintendentes. Distracção imperdoável.

70 / Trabalhar por Objectivos

Todas as organizações trabalham por objectivos. Sejam elas públicas ou privadas. Há objectivos que, pelo empenho, podemos com maior ou menor dificuldade atingir: dependem de nós. Há outros, refectindo-se na nossa área de actuação, pouco ou nada podemos fazer, limitando-nos a registá-los: não dependem de nós. Há outros que, não dependendo totalmente de nós, mas também, sendo facilmente alcansáveis podem ter o efeito perverso, pois o registo do fenómeno, se não for bem analisado, corre a desfavor. Em todo o caso, anualmente, quando analisamos os números [que erradamente insistem em chamar estatística] verificamos que há uns números [registos de crimes] que sobem, outros que descem. É normal. O que não é normal é crucificarem uma organização porque tem objectivos. Menos normal, é o representante dessa organização, sentir a necessidade de vir comentar o comentário do comentarista que comentou o que ouviu dizer que havia sido comentado, algures numa região do país. Todos temos objectivos.

Thursday, May 8, 2008

69 / Distracção - (2)

A Ordem de Serviço da DIRECÇÃO NACIONAL n.º 73, II PARTE de Quinta-Feira, 08 de Maio de 2008 diz o seguinte: "Art. 1.º- CHEFES: Colocação na EPP de Um Chefe para Funções Docentes: Por despacho de 2MAR2008, da Directora Nacional Adjunta, [ainda T. Caupers] para a área de Recursos Humanos, é colocado na EPP, na situação de diligência sem direito a ajudas de custo, a fim de exercer funções docentes, o Chefe M/(omitimos o número) – (omitimos o nome), do (omitimos o Comando) com efeitos a13MAI2008." Consultado o Estatudo do Pessoal da PSP [Dec-Lei 511/99, de 24 de Novembro], num dos seus artigos, verifica-se o seguinte: "Funções - Artigo 39.º - Descrição de funções - As funções genéricas a desempenhar pelo pessoal com funções policiais são as constantes do anexo I ao presente Estatuto, de que faz parte integrante, sem prejuízo de lhe poderem ser atribuídas outras funções que resultem necessárias por imperativo da missão cometida à PSP." Consultado o Anexo I, [Quadro a que se refere o artigo 39.º - Principais funções do pessoal técnico policial], e no que refere a Chefes e Subchefes as funções elencadas são as seguintes: "Funções ligadas ao planeamento coordenação e controlo nos sectores de pessoal de material, de instrução e de execução de trabalhos técnicos"; "Adjunto de comando de unidade ao nível de esquadra"; "Serviços operacionais e serviços internos." Não há Funções Docentes para Chefes porque o legislador assim o entendeu, pois atribui essas funções a outros postos. Pergunta-se: o indivíduo em questão poderá execer funções docentes? Poderá, mas não na qualidade de Chefe. Ou então pura e simplesmente enganaram-se na Ordem de Serviço e este post não fará qualquer sentido. Ou fará?