7 / Disciplina
Foi com muita apreensão que se leu hoje na primeira página do DN que um Tribunal Civil tinha derrotado a disciplina militar. Merece a seguinte reflexão: tanto os militares, militarizados ou civis armados, enquanto pessoas singulares -ou colectivas - se colocaram, por opção própria, em situação oposta à hierarquia, e quando para resolverem os problemas entretanto criados, se dirigem a entidades externas, algo vai mal. Muito mal. Não se acredita que o mal esteja só dum dos lados. Em todo o caso, disciplina é disciplina. Cumpre-se. É o paradigma da lealdade e certeza. São códigos próprios, independentes até dos códigos de ética e deontológico. Existem. Ambos existem para alguma coisa. Quando o poder instituído atribui uma sanção penalizadora dessa conduta, esta terá que ser cumprida. Sempre. Pode-se contudo aplicar a regra com a seguinte excepção: quando estão em causa direitos fundamentais do visado. Mas, ainda assim, não deverão os Tribunais externos, pronunciar-se de imediato. Deverão antes serem demandadas todas as figuras hierárquicas responsáveis pelo facto criado, incluindo, caso seja preciso, a figura número um da força. Se se provar que errou, tire-se daí as devidas consequências e indeminize-se o lesado. Mas pena interrompida por elementos externos à organização, assim, sem esgotar todos os responsáveis pela aplicação da mesma, é sinónimo de cozinhar insubordinação. Qualquer dia não gostam da sopa da caserna e chamam a ASAE. Haja paciência e bom senso. Ainda que com sacrifício.