Monday, July 28, 2008

84 / Sr. Comandante das Forças de Ocupação

O homenzinho da Madeira [de sua graça, João] desta vez ultrapassou todos os limites: as forças policiais, para além de outras, são forças de ocupação colonial. Se não fosse tão sério dava para rir. Aliás, dá para rir de qualquer maneira. Mas o assunto é sério. Não o facto do Intendente Lucas ser o Comandante da Polícia de Ocupação, que ele certamente, com o seu bom carácter, irá olhar para o assunto como quem olha para um pinsher, mas sim o facto de, já que os politicos nunca dizem nada, ao menos que a polícia de demarque. É fundamental que o faça, e que o faça já, pois o bicho ontem atacou a legitimidade da Guarda Fiscal, amanhã atacará outras legitimidades entre as quais a PSP. É que pode-se andar a brincar às autonomias, aos politicos, aos negócios dos crescidos, às lavandarias e até jogar à roleta; agora, meter a PSP no mesmo saco, faz pensar que é resultado de uma estratégia, já assumida, de provocação crescente, que tem que ser de imediato condenada. Ao Intendente Lucas, uma boa sorte nessa provincia ultramarina das bananas, são os votos policiais.

Monday, July 21, 2008

83 / O Caminho

Vamos directos ao assunto: CARJACKING. Criar equipas especiais para combater este 'fenómeno' não é bom sinal. Embora possa acalmar algum público, o efeito do marketing poderá ser, eventualmente, muito mais eficaz. Não se duvida que uma equipa ou outra venha a ter, obrigatoriamente, algum sucesso, mas o caminho não será por aí certamente. O fenómeno existe não por falta de repressão policial, mas sim pela impunidade do mesmo: as leis são favoráveis para os impetrantes. Como não se acredita que que a polícia possa ter acções [mais] violentas daquilo que a lei permite [sim, não estamos no Brasil] não podendo atirar a matar [salvo, grosso modo, em caso de legitima defesa própria ou de terceiros] não se vislumbra qual o efeito continuado destas equipas [a não ser o marketing, tal como foi dito]. Por outro lado, transformar a polícia em força reactiva de rotina em vez de preventiva, estamos a dar um passo largo para nos tornarmos numa polícia violenta e intolerante. [E amanhã este Ministro já cá não está]

Wednesday, July 16, 2008

82 / A Polícia Está na Moda

Durante uns tempos ficámos em silêncio. Um silêncio doloroso face aos acontecimentos num bairro que foi inventado, criado, abandonado..., tudo por culpa da EXPO 98. Ficámos, como ursos em cima da montanha, a olhar para o povoado. E do que vimos, gostámos pouco. Mas gostámos menos ainda, pelo (in)oportunismo dos políticos [mais uma vez], Ministro e Secretário de Estado da Administração Interna incluídos. Falou-se muito [e mal] sobre a problemática do bairro de Lisboa. Falou-se de Polícia e de polícias até dizer chega [ver mensagem 73 / Brincar Com o Fogo de 28MAI2008], mas pouco se disse; como se o problema fosse essencialmente policial.
Depois do bairro, veio o polícia do Porto a queixar-se de que tem medo do colega e que a hierarquia nada faz. A seguir é uma cadela das equipas cinotécnicas que se reforma devido à idade [tem mais sorte que os seus colegas de dois membros]. Continuando, é a vez da OS sobre o Atavio e Aprumo: na televisão riem-se, com algum desdém, diga-se. Um homem do sindicato, ficou triste porque os companheiros que tinham ido para a guerra do ultramar iam ter que apagar as tatuagens, dando como boa referência, o facto dos colegas alemães terem cabelo comprido (?) e de usarem peircings. As rádios nacionais fazem rábulas com a situação. Falam de nós por tudo e por nada. Enfim, a polícia está na moda.

Wednesday, July 9, 2008

81 / Bons Sinais

PRIMEIRO BOM SINAL - Por altura do Euro 2004, a PSP realizou um dos mais importantes e mais caros investimentos: as Salas de Situação. Importantes, porque se criava, em definitivo, um local previligiado para gerir situações de crise e ainda porque viria a pôr, pelo menos era isso que se esperava, todos os Comandos em contacto directo e online. Caro, não só porque efectivamente custou uma pipa de massa, mas também porque só estão online os Comandos que tiveram o Euro 2004 [dizia-se na altura que os restantes Comandos iria ser dotados de infraestrutura idêntica após o Euro], mas acima de tudo, porque todo esse investimento tem estado desligado. O actual Director Nacional resolveu dar-lhe uso: diariamente faz-se um briffing com todos Comandos que estão dotados com esta tecnologia. Embora a tecnologia usada esteja ultrapassada [hoje em dia há mais barato e muito melhor] é necessário que os restantes Comandos passem também a estar ligados. Em todo o caso, esta reunião diária é fundamental. Definitivamente um bom sinal.
SEGUNDO BOM SINAL - A publicação em Ordem de Serviço [O. S., Direcção Nacional, Número 19, I Parte B, de 9 de Julho de 2008] de pequenos conselhos, denominados «Atavio e Aprumo». Finalmente. É uma prova de que não precisamos de estar à espera de grandes decisões ministeriais para começarmos a por ordem em casa. Podem crer que a maioria dos polícias aplaude a decisão. Embora as vozes de desacordo se façam sempre ouvir mais alto, esta medida só peca por tardia. Agora falta o mais difícil: aplicá-la. Mas é sem dúvida um bom sinal.

Sunday, July 6, 2008

80 / Orgulho e Preconceito

DOS JORNAIS, ALGUMA OPINIÃO PÚBLICA EM GERAL E ALGUNS ELEMENTOS POLICIAIS EM PARTICULAR - Comprar o «Expresso» e ver como notícia de capa o caso dos espiões à portuguesa. Grave por sinal. Por diversos motivos: a velha questão de quem policía os policias?; ou de quem vigia os vigilantes?, ou de quem julga os juízes? Podíamos ir por aí a fora. Mas o que ressalta realmente da notícia é o facto de os polícias (PSP e PJ) ganharem [muito] mal, e como tal precisam de trabalho extra, ilegal, na área que trabalham, para equilibrar as contas; que os detectives privados precisam de regulamentação; que os meios tecnológicos da PJ estão entregues a indivíduos sem escrúpulos. Isto por um lado. Por outro lado, a vergonha que alguns rapazes da PJ se sentirem ofendidos e rebaixados por ter sido a PSP a fazer as investigações. Vamos ao essencial: O importante da notícia é sabermos que há polícias [a grande maioria] honestos e trabalhadores que não se revê no chico espertismos que parasita transversalmente na sociedade portuguesa e que, como tal, obedece a valores e princípios que [também] se aplicam no mesmo sentido, doa a quem doer. O facto de serem elementos da PSP a investigarem o caso, parece que melindrou alguns elementos da PJ. Não se percebe porquê, pois o detentor do processo é sempre o Ministério Público. Em todo o caso, pergunta-se: onde está o respeito agora exigido, quando elementos da PJ vão dar voz de prisão, dentro das instalações policiais [PSP e GNR], ou quando vão fazer alguma detenção, de uma pessoa mais conhecida, darem conhecimento antecipado para um canal ou outro de televisão, consoante o caso? Afinal é orgulho ou preconceito? Ou será antes complexo de superioridade?