Sunday, February 18, 2007

5 / Sindicatos

Sempre fizeram falta. Muitas dores de cabeça tiveram, não só os seus criadores, como o poder instituído. Bons homens maltratados, punidos, escorraçados. Foram clandestinos, democráticos, ilegais, fechados nas idéias. Mas também foram justos, necessários, abertos, úteis. Com a legalização, foi o aparecimento de um sem número deles. Mantém-se o princípio: são necessários. O que não é necessário, é eles existirem para justificarem as faltas de quem não quer trabalhar. Também não são necessários para darem constantemente uma imagem destrutiva feia e porca da organização policial. Denunciar sim. Denegrir, não obrigado.

Friday, February 16, 2007

4 / O Poder disciplinar

É do conhecimento geral que qualquer organização necessita de disciplina. Disciplina é, acima de tudo, o conceito milenar daqueles que seguem alguém ou algo, isto é, o conceito de discípulos. Acima de tudo seguem-se princípios. Quem falha aos mesmos, deve ser corrigido e, em última análise, afastado da organização. Consegue-se assim uma cadeia harmoniosa e equilibrada de ocorrências que tem um fim. No caso policial é o bem estar público. Há óbvia falta de disciplina quando se verifica que esse equilibrio e instabilidade é causado por aqueles que são, ou pelo menos deveriam ser, os guardiões do templo. Quando são estes que originam as falhas terão que ser consequente e solidariamente responsáveis pelas mesmas. Verifica-se disto todos os dias. E é com preocupação que não se vislumbra um mudar de rota, que neste caso é de colisão. A disciplina começa por ser aplicada por quem tem o poder punitivo. E o poder punitivo, muitas das vezes está fora dos processos disciplinares: basta uma colocação não desejada aqui, uma pretensão legitima negada acolá, para se verificar a aplicação escamotaeada da disciplina. Mas será que é esta a disciplina que faz falta à polícia? Não parece. Para haver disciplina na polícia terá que haver acima de tudo cultura policial. E isso, é o que mais falta há.

Saturday, February 10, 2007

3 / Queres ser John Malkovich?

»Queres ser John Malkovich?(Não, muito obrigado!)Este filme aborda a questão de querermos ser outra pessoa, entrar na cabeça doutra pessoa, ou seja o que de mais intimo existe, todas as ideias, pensamentos e acção partem desse local. É uma perfeita analogia que existe no filme entre o teatro de marionetas e a vida, pois de que mais se trata a vida, senão dum teatro de marionetas comandado pelos olhares, criticas, sugestões e influências das outras pessoas?! Todas as nossas acções (quase todas) são “manuseadas” por regras sociais, são sempre tidas em consideração perante os outros. E a mente, esse beco escuro sem caminho ou fim traçado, está sempre dependente de diferentes invasões de sons, imagens, sensações que condicionam e conduzem os pensamentos. ® Inês Montenegro - http://cine7.blogspot.com/«
É lamentável que no Largo Penha de França, 1, haja pessoas com responsabilidade pelo bem estar e equilibrio geral da PSP, teimem constantemente em criar mau estar entre os elementos que compõem a força policial. Todos nós sabemos que somos dirigidos por pessoas sem conhecimento do terreno e sem cultura policial. Mas daí a demonstrarem constantemente uma desadequação perante os elementos que são a causa da sua existência, vai um mau e grande bocado. Desta vez é para relatar a situação de Oficiais que desempenham funções superiores ao posto que têm e, apesar da legislação o permitir e aconselhar, continuam a não pagar esse trabalho a quem o executa. Mas é a todos? Obviamente que não. Pois no Largo da Penha de França, 1, quando se chega a qualquer cargo de chefia é imediatamente remunerado conforme a lei e ainda com direito a despesas de representação, também conforme a lei. Lei que não aplicam aos operacionais.

Sunday, February 4, 2007

2 / Oportunidade perdida

Saiu o número 1 da 3ª Série da revista «Polícia Portuguesa». É trimestral e esta é de Outubro a Dezembro. Chegou às nossas mãos em finais de Janeiro. «Déjà vu», dirão uns, ou, mais do mesmo, dirão outros. Na realidade é uma oportunidade perdida: vai ser novamente uma revista para gastar dinheiro e ninguém a ler. Porque tresanda de tal maneira a gabinetes, «inteligentzia», «establishment» e outras coisas tantas, que o sentimento que se tem quando vê a revista - a crer pelas anteriores - é de repulsa. Começa mal porque normalmente quando uma edição tem um prazo, é nos primeiros dias desse prazo que a revista tem que ser distribuida, logo em Outubro. Segue-se que toda agente é licenciada em qualquer coisa, para além de ter um posto ou função qualquer. Não bastava o posto? Será que a licenciatura é que ligitima e enobrece o autor e a revista? Os títulos continuam a ser idênticos aos dos jornais antes do 25 de Abril: «COMEMORAÇÕES NACIONAIS», «COMANDO METROPOLITANO DE LISBOA PROMOVEU ACÇÃO ÍMPAR», «EM JANEIRO VIROU-SE UMA PÁGINA NA HISTÓRIA DA PSP», etc., etc. Para terminar não se pode deixar de reparar que apesar da «renovação» tudo o resto é igual: a pose do Director Nacional na foto da revista, as mensagens, os dias dos Comandos colocados graficamente, um à esquerda, outro à direita, os polícias que falam com os idosos, com as crianças, que tratam da violência doméstica...
Terminemos: A expectativa gorada, uma oportunidade perdida.