Saturday, June 28, 2008

79 / Trio Eléctrico

Cada um dos senhores ao lado, cada um a seu nível, já comeram do mesmo prato. Agora, os dois das pontas, cada um a seu nível, começa a comer do próprio veneno. O do meio, no seu estilo caceteiro, lá há-de chegar. Não é que em determinado momento - em muitos momentos- as associações que estes indivíduos representam não tivessem razão. A forma que utilizaram, têm vindo a utilizar, e certamennte continuarão a utilizar, de denunciarem as anomalias nas organizações que defendem, nos tempos que correm, só serve para encher páginas nos jornais. E como não se pode dizer mais do mesmo, já não se diz só aquilo que se quer dizer, para passar a dizer o que se pensa, sem muitas vezes pensarem bem no que dizem. Já foi aqui dito várias vezes que os sindicatos têm vindo a alimentar uma súcia de indivíduos que só têm feito mal à verdadeira luta dos polícia: é só dar uma olhadela pelos Comandos Policiais para ver quem, quando e como é que os sindicalistas usam os dias e as horas consignadas na lei para actividade sindical. Obviamente que há excepções - muito - honrosas. O homem do meio não deixa de ter alguma razão no que diz, quando diz que durante o dia há mais polícias nas instalações policiais. Mas se tem razão quanto ao facto, não tem razão nenhuma quanto aos motivos.Vejamos:
1} é durante o dia que se dá cumprimentos aos mandados judiciais;
2} é durante o dia que se fazem os julgamentos e, como tal, se levam e trazem os detidos das esquadras para os tribunais;
3} é durante o dia que se fazem as penhoras;
4} é durante o dia que se dá cobertura e apoio aos solicitadores judiciais;
5} é durante o dia que se ouvem em declarações os mais diversificados indivíduos que respondem em autos criminais e de contra-ordenação;
6} é durante o dia que se emitem certidões de acidentes e expediente em geral;
7} é durante o dia que se emitem as mais diversas licenças e autorizações;
8} é durante o dia que se contactam as autoridades de todo o país para se acertar e coordenar procedimentos;
9} é durante o dia que se dá formação profissional;
10} é durante o dia que se aplica o programa Escola Segura;
11} é durante o dia que se aplica o programa Comércio Seguro;
12} é durante o dia muito mais coisas.
13} é durante o dia que o mundo febrilha.
Se o homem do meio conseguir virar o mundo de pernas para o ar, vai certamente passar a ver mais policias à noite. Agora, os homens das pontas defenderem-se que não são os sindicatos que fazem as escalas... Tsst! Tsst! Tsst!

Wednesday, June 25, 2008

78 / É Triste Mas Não Se Admirem

Os puristas que nos desculpem, mas o descontentamento dos homens da Investigação Criminal da PSP não é uma guerra sectorial, muito menos regional: é um assunto nacional. Diz respeito a toda a polícia. Não diz respeito a uma revolta de uns determinados indivíduos, mas sim a toda uma classe, não só dos 'investigadores', mas de todos os desiludidos. É mais um reflexo, embora tardio, de alguns desmandos da Direcção Nacional que, pelo andar da carruagem, transitam da anterior direcção para esta. É isto que está em causa. Com um novo Estatuto à porta, com documentos de «propostas» confidenciais a circularem em fotocópias como nunca se viu, com a contra informação a correr mais do que nunca e, mais uma vez, a Direcção Nacional, a responder, ou com o silêncio ou com a sobranseria que teima em não desaparecer, do que é que estavam à espera? Quando as 'reivindicações' saem assim para a rua é porque pelos menos aconteceu uma das seguintes situações: 1) falta de confiança na estrutura hierárquica; 2) falta de confiança nos representantes sindicais; 3) Demora nas respostas do problemas apresentados; 4) sentimento [de angústia] de que não há nada a perder. Tudo isto aliado à falha clamorosa - e reiterada - de comunicação interna [que também é externa] por parte da Direcção Nacional da PSP, dá no que dá.

Sunday, June 22, 2008

77 / A Pergunta Insistente

Sistema Independente de Comunicação - Com publicação online pelas 19:21 de 21 de Junho de 2008, a SIC noticía: «Violência na Praia - Confrontos em Oeiras obrigam à intervenção da PSP - Confrontos na praia de Santo Amaro de Oeiras obrigaram hoje à intervenção de três equipas da brigada de intervenção rápida da PSP, não havendo registo de feridos, nem de detenções, de acordo com a polícia.» No Telejornal da 20:00, a SIC faz um directo em que o jornalista no local ouve umas três testemunhas e a grande preocupação do mesmo é insistir nas perguntas:«...e a polícia esteve bem? ... e acha que houve excessos por parte da polícia?». E continuou com a sua cruzada a perguntar o que é que a polícia fez. Informar ou perguntar quem eram os indivíduos envolvidos na rixa, razões da mesma, qual a faixa etária, se eram brancos, negros, ciganos, nacionais ou estrangeiros, se estavam bem, bêbados ou drogados, enfim, muitas mais questões, sérias questões, nada. Isso não interessou porque poderia ser indiciado como descriminação. Orientar, dar oportunidade, abrir caminho para os intrevistados falarem mal da polícia... é um fartar, vilanagem. A determinada altura, quando um concidadão brasileiro diz que a polícia esteve bem, que cumpriu o seu papel e que cumpriu bem, por coincidência... a reportagem acaba.

Wednesday, June 18, 2008

76 / Noção do Ridículo

Jornal de Notícias, 18 de Junho de 2008 - A propósito das equipas velocipédicas da PSP do Porto, que são voluntários e voluntariamente compraram equipamento para se poderem mostrar, com orgulho, diga-se, perante a população banhista, nacional e estrangeira. O Intendente Teles - consta que futuro número dois do COMETPOR - questionado sobre o facto, vem tapar o sol com a peneira, que o único problema foi o do fornecedor. Mentira: a situação não é nova. Pode enganar para fora da corporação. Mas para dentro, para os homens que vai comandar, isto foi um mau sinal. Pior foi quando disse, que quanto aos elementos que tinham comprado o equipamento, que o problema era deles pois compraram porque quiseram e a polícia não lhes ia ressarcir de nada. Então... Vá lá. Não custa nada fazer boa figura. Dê lá o dito por não dito que o pessoal agradece e fica bem na fotografia.
RTP ÁFRICA, 18 de Junho de 2008 - A televisão mostra uma reportagem em que refere que o governo francês ofereceu à PJ de Vabo Verde equipamento para operações especiais: Botas, coletes, calças, enfim, fardamento. Lá estão os homens fardados com esse equipamento, com capuz e tudo, Ministros de ambos os países, muitos cumprimentos. Valor da oferta: € 8.000,00 (oito mil) euros!!! Digam lá se o ridículo não pode matar?

Wednesday, June 11, 2008

75 / Paralizações

A posição das Forças de Segurança face à paralização dos camionistas merece, no mínimo, uns momentos de reflexão: os camionistas paralizaram as viaturas, mas eles não paralizaram entre si: continuaram em actividade, através de piquetes ilegais, a abordar de viaturas, a intimidar e ameaçar camaradas de profissão para serem 'voluntários'. Um rol de ilegalidades pacientemente visionadas e controladas quer pela PSP quer pela GNR. As Forças de Segurança foram vigilantes, atentas e sobretudo pacientes. Foram feitas as escoltas necessárias sem incidentes. Fizeram um bom trabalho. O dispositivo montado foi eficaz e nunca foi necessário medir forças 'à moda antiga'. E ainda bem. Não deviam ser elas os protagonistas. Ainda bem que acabou porque essa paciência tem limites. Desta vez correu bem, mas é preciso notar que situações como esta começam a repetir-se e legalidade democrática a ser posta em causa por elementos que entendem agir de determinada maneira... porque sim. E não pode ser. Quem não se lembra de ver (as televisões transmitiram em directo) uns indivíduos civis, com coletes amarelos, a fazerem revista a viaturas que entravam na lota de Matosinhos. Com que legitimidade? E os piquetes dos camionistas a fazerem pior? Desta vez ficámos assim. Parabéns às Forças de Segurança pela paciência e diplomacia. Mas será que a mesma fómula funcionará sempre?

Monday, June 2, 2008

74 / Patético

Situação 1 - Lisboa - 26 de Maio - O Comandante Metroplitano de Lisboa, Superintendente-chefe Jorge Barreira, na sua tomada de posse frisou que os seus subordinados deviam sentir-se satisfeitos por terem emprego: “deviam era estar contentes com o salário a cair na conta bancária, no dia 21 de cada mês”, disse.{Ou este senhor não percebe nada de comando de homens, ou está a pedir que o mandem embora}
Situação 2 - Neuchatel - 01 de Junho - Umas horas antes da chegada da selecção portuguesa à Suiça, o Comandante da Polícia de Neuchatel, com toda a arrogância e sobranceria que um polícia não deve ter, afirmou em conferência de imprensa, que não iria permitir aos adeptos [referia-se certamente a Turcos e Portugueses] determinado tipo comportamentos, nomeadamente andar na rua até tarde, fazer barulho, gritar, apitar, no fundo, proibir a festa. O resultado para já não é favorável ao Sr. Comandante. .
{Ou este senhor não percebe nada de psicologia de multidões, ou é racista ou está a pedir festa}
Situação 3 - Braga -
02 de Junho - O Comandante da GNR de Braga, numa formatura geral vem com o discurso que os seus homens não podem reivindicar nada [melhores salários, horário de referência, folgas condignas] pois quando vieram para a força aquelas regras já existiam e como tal «não podiam querer mudar as regras a meio do jogo».
{Ou este senhor não percebe nada de comando de homens, ou leu os jornais e gostou discurso do seu camarada de Lisboa, ou está contra o governo, pois este não tem feito outra coisa que mudar regras a meio do campeonato, ou está a pedir bronca}