Porque será que admiramos as empresas privadas quando elas aparecem diante de nós com a arrogância do resultado porque, alegadamente, têm uma boa organização e uma boa gestão e desprezamos o equivalente do sector Estado? Porque será que fechamos os olhos à disciplina imposta, baixos salários, excesso de carga horária, fardamento, etc., só porque é do sector privado?
Porque será que o sector Estado é massacrado se é geralmente cumpridor?
Porque será que causa celeuma, enquanto trabalhadores do Estado, uma directiva quanto à forma de vestir numa Loja do Cidadão e enquanto trabalhadores privados, seja em grandes superfícies, em bancos, a vender roupa, sapatos ou servir bicas à mesa, o primeiro acto de empresa e de aceitação das condições de trabalho é pôr o funcionário fardado e ... Silêncio?
Porque será que o Estado não pode impôr/negociar objectivos com os seus funcionários?
Porque será que sempre que a PSP traça objectivos, vêm logo os OCS dizer que é «caça à multa» ou «é repressão» e «não é prevenção» e outra série de barbaridades que nem vale a pena mencionar?
Só por curiosidade,e porque se fala em objectivos, republica-se hoje, ao entrar em Maio, a mensagem 70 / Trabalhar por Objectivos [11 de Maio de 2008].
«Todas as organizações trabalham por objectivos. Sejam elas públicas ou privadas. Há objectivos que, pelo empenho, podemos com maior ou menor dificuldade atingir: dependem de nós. Há outros, refectindo-se na nossa área de actuação, pouco ou nada podemos fazer, limitando-nos a registá-los: não dependem de nós. Há outros que, não dependendo totalmente de nós, mas também, sendo facilmente alcansáveis podem ter o efeito perverso, pois o registo do fenómeno, se não for bem analisado, corre a desfavor. Em todo o caso, anualmente, quando analisamos os números [que erradamente insistem em chamar estatística] verificamos que há uns números [registos de crimes] que sobem, outros que descem. É normal. O que não é normal é crucificarem uma organização porque tem objectivos. Menos normal, é o representante dessa organização, sentir a necessidade de vir comentar o comentário do comentarista que comentou o que ouviu dizer que havia sido comentado, algures numa região do país. Todos temos objectivos».