128 / Transferências
O assunto é recorrente, o diagnóstico feito, as soluções apontadas e mantém-se, a incongruente opção das transferências após os cursos de formação na Escola Prática de Polícia. Porque será que as terras que fornecem os elementos para a polícia só os possam ver regressar a casa após quase uma década e, nalguns casos, nem numa vida de trabalho? Porque será que os nossos agentes, colegas e camaradas não se podem apresentar jovens e enérgicos (e ainda com sonhos) junto das populações que melhor conhecem? Os Comandos Distritais (os ditos de provincia, terminais ou fim de linha) recebem elementos vindos das metrópoles e arredores já completamente esvaídos de sonhos, secos de objectivos e encharcados de [naturais] vícios. Primeiro são desenraizados e, sem qualquer apoio, colocados a distâncias proibitivas de manterem uma relação familiar saudável. Depois, após muitos anos, lá conseguem fazer uma aproximação, mas a aculturação do grande centro urbano faz com que seja um corpo estranho junto dos seus. Muitos desistem. Ficam por lá. O que será preciso fazer, ou acontecer, para que as gentes, as terras, os Comandos do interior vejam, de uma vez por todas, chegar jovens policias recém formados junto deles?