Sunday, November 29, 2009

134 / Fardamento

Com a chegada do Inverno repete-se um problema que é tão antigo como a própria PSP: a farda que é tão bonita de Verão não serve para o Inverno. Tirando um ou outro Comando que têm uns Invernos amenos, nos Comandos onde o frio aperta, não há nada a fazer a não ser improvisar. O frio é o principal inimigo; se aliada à chuva, nem vale a pena pensar. É caso para se dizer que se a Direcção Nacional tivesse a sua sede, ainda que por um Inverno, em Bragança, na Guarda ou Castelo Branco, estes problemas há muito que estariam resolvidos. Há anos que não nos conseguimos uniformizar: é cada roca com seu fuso cada terra com seu uso! Sapatos, botas, casaco de cabedal, se queremos bons e funcionais, só a expensas próprias. Capas de chuva? Cadê? Cadê? Até os próprios coletes reflectores que custam uma ninharia que tão bem ficam no pessoal em policiamento, há amarelos, verdes e laranjas. Disseram-nos entretanto que estava em concurso a renovação do fardamento e do equipamento. Mas deram-nos logo uma má notícia: o blusão de cabedal vai ser extinto! Bonito! A única peça de fardamento que realmente nos serve e ainda por cima evita a chuva… vai ser banida!
A propósito! A foto que ilustra esta mensagem [pertence ao Correio da Manhã- Rui Miguel Perosa]  mostra o nosso Director Nacional em bom estilo, mas, simplesmente mal fardado. Veja-se o que diz a Portaria 810/89, de 13 de Setembro no artigo 9.º: « 42) Camisola de malha de meia gola – confeccionada em malha de lã de cor azul-ferrete, sendo nos ombros e cotovelos reforçada com tecido de textura forte. Sobre os ombros tem platinas que abotoam por meio de botão de massa. As platinas têm 4 cm de largura e o seu comprimentos varia de 12,5 cm a 14 cm, de acordo com o tamanho das camisolas; no braço esquerdo, a cerca de 10 cm do ombro, leva um porta-canetas em tecido de textura forte. Usa-se por cima da camisa azul com os colarinhos por cima da gola e só pode ser utilizada em serviço interno». Não não há aqui nenhuma má fé, pois se temos regulamentos....

29 comments:

Anonymous said...

Essa dos colarinhos de fora, deve ser para rir, não??? Ou o homem vai levantar voo?
Se há coisas ridículas no nosso (ultrapassado) plano de uniformes, essa da gola por fora é uma delas.
Num artigo tão interessante como este no Policiadas, o exemplo em causa foi muito mal escolhido.

Anonymous said...

O que interessa não é o colarinho. Há razão na critica de que quem controla também tem que ser controlado. "Who controls the controllers?" Ai o poder que corrompe tanto. É como a idolatração - quando se junta ao poder é perigosa. Leva-nos a pensar que não há limites, que somos uns brilhantes iluminados sempre prontos a ficar na história. Se calhar não há remédio.

Anonymous said...

Os ventos da DN sopram desordenados e muito para além da realidade. É necessário mexer nos fardamentos, sem dúvida. A confusão que se vê todos os dias na rua é absurda. A realidade parece pender para que se organizasse a confusão em vivemos obrigando à disciplina no uso do que já existe. Ouvindo algumas pessoas na DN parece que andamos nús e que é por isso que a criminalidade continua a crescer. É mesmo prioritário mudar algumas peças, quando faltam muitas outras coisas prioritárias? a começar pelos coletes...

Anonymous said...

Bruno Lameiras

Boa noite!

Inequivocamente é preciso mexer na farda, como em quase tudo dentro da Instituição.

È também preciso mexer e muito no brio profissional de determinados elementos, que pese embora, com estas “fornadas” novas de rapaziada a “coisa” se vá extinguindo, existia e existe também muita falta de higiene. Sim, porque uma camisa com nódoas, umas calças sujas e umas botas por engraxar não deixam de ser uma questão de brio, limpeza e orgulho.

Relativamente à farda, concordo com o Blog, pois cada um veste-se por si! Um exemplo a seguir, é por exemplo a Policia Americana e a Inglesa, onde toda a gente se veste e se equipa de igual.

Em jeito de despedida, pelo amor de Deus, acabem de uma vez com os bonés! Já se viu que não é confortável e já se viu que ameaçar com processos disciplinares não funciona!

Acho muito mais ridículo um Policia com o boné pendurado no respectivo suporte, também conhecido por bastão, do que…. sem boné!

Cumps

Torres said...

À excepção do primeiro comentarista que agarrou a mensagem à letra, os seguintes agarraram naquilo que eu acho que tem sido o espírito do blog: as letras são idéias para serem discutidas. Também estranhei essa do colarinho para fora, mas fui ler e ... lá estava. Será que o colarinho, per si, é o importante? Claro que não. O que importa é a ordem, o uniformizar, a unidade, o exemplo. Além disso aquele 'pull over' não é para andar na rua. Há quem tenha processos disciplinares por «andar mal fardado». Estranhei ainda não terem feito referencia ao casaco de cabedal que para mim é a melhor peça de equipamento que temos.

Anonymous said...

A do "colarinho de fora" é importante sim,pois, em abstracto, pode-se levar um processo disciplinar à conta de uma disposição ridícula e ultrapassada.
É uma questão de mentalidades que está subjacente ao comentário do "colarinho de fora"

Anonymous said...

Nunca me pareceu que o sr. DN se preocupasse muito com o uniforme, mas dos que gravitam à sua volta já não posso dizer o mesmo.

Serpico said...

Os colarinhos de fora estão previstos num regulamento interno. Os regulamentos são para se cumprir ou não são? É ridiculo? Quem define se é ridiculo ou não?Cada um põe os colarinhos como quer? E se a mim me apetecer por um de fora e outro dentro? Ou levantar as golas à Elvis?Posso ou não?
Resumindo: as regras (escritas) são ou não são para serem cumpridas por todos? Ou cada um passa a decidir o que é ridiculo, antiquado, ultrapassado, e a fazer o que lhe der na gana?

Anonymous said...

Serpico:

Quando opinamos, devemos estar informados sobre aquilo que falamos.
Os colarinhos de fora (que o meu caro amigo parece tanto gostar)não estão previstos em nenhum "regulamento interno", pior, estão previstos numa portaria!!!
Eu não sou contra um plano de uniformes que todos nós cumpramos, o Sr. entendeu-me mal, eu sou contra é aberrações como essa dos "colarinhos de fora" (devo lembrar-lhe que os Polícias não vão levantar voo)assim como sou a favor de uma urgente revisão desse plano de uniformes que está completamente ultrapassado.

Anonymous said...

Arranje um planeta só para si e vá para lá morar, parece que neste tudo para si é retrógrado e ultrapassado.

said...

Ora aqui está uma das razões pela qual a polícia tem tantas dificuldades em evoluir... E não, a razão não são os colarinhos da camisa. A razão é a importância que dão aos colarinhos da camisa, a importância que dão a uma coisa que em nada beneficia ou prejudica a actividade operacional e nem mesmo a imagem de uma Polícia que se quer moderna.
Enquanto houver pessoas a perderem-se com coisas mesquinhas como os colarinhos, quiçá por medo de se envolverem em projectos mais ambiciosos, continuaremos a ter grandes dificuldades em áreas que realmente interessam.
É preciso evoluir, avançar e deixar para trás determinadas amarras militaristas. É verdade que a Polícia precisa de alterar algumas coisas no seu fardamento, mas não nos percamos em mesquinhices. Precisamos de uma farda prática, que se adeque à função, dentro da qual nos sintamos confortáveis e, claro, que se enquadre no modelo de sociedade em que vivemos e que nos identifique sem dificuldades aos olhos do cidadão.
E quando atrás disse que precisamos de avançar e libertarmo-nos de determinadas amarras, digo-o porque talvez seja altura de questionarmos o velho princípio da "uniformidade". Fará sentido eu, que cresci no norte do país e trabalho em Lisboa, tal como outro colega do Algarve ou da Madeira, quando entramos de serviço numa esquadra, tenhamos de estar vestidos precisamente com a mesma roupa, quando a mim essa roupa me faz sentir calor e aos meus colegas frio? Não faria mais sentido que eu, desde que vestisse uma farda devidamente limpa e asseada, pudesse vestir manga curta enquanto o meu colega vestia manga comprida ou até blusão, evitando com isso que eu andasse na rua a transpirar e o meu colega a tremer?
Claro que isto não se aplica a quem trabalha debaixo de ar condicionado...

Anonymous said...

Quer fazer parte de uma instituição com regras definidas para todos ou de uma tribo descomandada,sei que ainda residem grupos com comportamento tribal neste século no país, mas não servem de exemplo para nada nemninguém.

Anonymous said...

Vanha comigo para o tal planeta. Assim pode ser que evolua alguma coisa.
Para mim nem tudo é retrógrado e ultrapassado, mas o Sr. é-o com certeza!

Azul Polícia said...

Mau! Então vai outra vez a começar a dar para o torto?

Anonymous said...

Estranho é que pesssoas tão evoluídas, tenham como principal tema preocupação e empenhamento na causa que os move elejam como óbice ao progresso , modernização o não acompanhar novos velhos tempos o colarinho da camisa,e o possível parolítico levantamento de voo.

Anonymous said...

O fardamento deve ser totalmente substituído, e adequado às funções de cada um. Deve ser confortável, prático e de qualidade. deve ter em conta o clima da zona.
Será que para nos proteger da chuva precisamos de um blusão de cabedal pesado?
Por mim podem ficar com o blusão, as camisas, as gravatas, as calças de corte desadequado...
Uma coisa é certa, se vão mexer no fardamento é bom que o façam tendo em conta que estamos no século 21, e que há polícias que andam na rua e polícias que fazem serviço interno. A mesma farda para os dois é que não.

Anonymous said...

Uma peça que aqui nunca foi falada e que em certas circunstâncias é um grande empecilho, é o colete, tanto se fala em uniforme prático, esta peça á muito que devia ser retirada de uso, a não ser que a fábrica possa vir a falir.

Serpico said...

Eu também não gosto pessoalmente dos colarinhos para fora e concordo que é necessário uma modernização de muita coisa nesta casa incluindo também o fardamento. Mas esta é apenas a MINHA opinião. Ora a minha opinião não prevalece sobre as regras da Instituição. Não devo eu, nem ninguém inventar novas modas conforme o nosso gosto particular ou o conceito de modernidade que cada um tem.
A alteração das regras é da competência de determinadas pessoas e obedece aos tramites legais estabelecidos para o efeito. A PSP não é uma democracia nem uma anarquia, existem regras obrigatórias ( e só cá está para as cumprir quem quer, quem não quer pode sair qdo quiser).
A propósito de regras eu bem sei que o Plano de Uniformes está consagrado numa Portaria, qdo escrevi "regulamento interno" estava-me a referir a uma das fontes de Direito em Portugal: Os Regulamentos, ou seja, os instrumentos normativos de grau inferior ao ocupado pelas leis, que visam pormenorizá-las e complementá-las com o intuito de viabilizar a sua aplicação ou execução. Compreendem os Decretos Regulamentares, os Regulamentos, os Decretos, os Decretos Regulamentares Regionais, as Resoluções, os Regimentos, as Portarias, os Despachos Normativos, os Regulamentos Policiais dos Governadores Civis, as Posturas e os Regulamentos autárquicos.

Anonymous said...

Serpico:
Há bastantes anos atrás, quando ingressei na casa, uma das primeiras coisas que ouvi foi precisamente " A PSP NÃO É NENHUMA DEMOCRACIA"
Choca-me que hoje em dia, passados 35 anos de democracia em Portugal, ainda haja que pense como o Sr.

Anonymous said...

Da crítica se fez evolução.

Serpico said...

Para o anónimo que ficou chocado por haver pessoas que pensem como eu, que se explique qual é a sua ideia de democracia que deve existir na PSP. Será que cada vez que se tome uma decisão se deve fazer um referendo ou uma votação interna? Que devemos desobedecer se as ordens não nos agradarem? Que devemos usar esta ou aquela peça de uniforme conforme o nosso gosto? Explique-se por favor, pois tenho dificuldades em perceber como é que uma Instituição como a PSP que tem uma missão (mais importante que as querelas internas) que por vezes não deixa grande margem para reflexões e planeamentos, ainda vai ter tempo para andar a sondar se a maioria concorda ou não com determinada opção. E mesmo que essa maioria aprove, saberá essa maioria mais do que alguém que se especializou em determinada àrea? Deve o rebanho seguir o pastor ou o pastor seguir o rebanho?

Anonymous said...

Há tempos atrás quando comentei aqui este assunto houve quem me "caísse em cima". Pelos vistos sempre tinha alguma senão mesmo toda a razão. Sou de opinião que os fardamentos das chamadas Forças de Segurança deveriam ser completamente substituídos e actualizados.
Cada vez se parecem mais uns com os outros e todos querem aproximar-se das F Armadas mais propriamente do Exército.O que se vê na rua ,cada um usa o que quer e como quer.E curioso praticamente deixaram de usar cobertura de cabeça. Alguém autorizou? Senão,porque não procedimento contra os prevaricadores. Até as F.Armadas ou o que resta delas já alinhou nisto. Antigamente ,ai de quem fosse apanhado sem barrete. Outros tempos, agora é moderno e avançado. Em nenhum País civilizado se vê tamanha bandalheira. Por hoje aqui me fico... José Anónio Silva

Anonymous said...

Pelo exemplo que vem sendo dado pelos mais insuspeitos democratas do país, bom seria que a democracia nunca tivesse entrado nas f de seg., mas já se vem sentindo á muito os seus perniciosos efeitos,outro exemplo que alguns deles até sociólogos defendiam até á bem pouco tempo era que as mesmas andassem desarmadas,talvez pensando que democracia é o que se verificou no recente caso com a GNR, em que o criminoso entra pelo posto armado até aos dentes, e os elementos que lá se encontravam a ter de fugir á frente dele, e tudo está bem, mesmo que acabe mal.

Anonymous said...

Serpico:

A PSP é uma Força de Segurança que obedeçe à hierarquia de comando (e bem), inserida num (ainda) estado de direito democrático.
Isto diz tudo!
Quanto ao rebanho, mais uma vez, foi infeliz na escolha, quiça habituado a termos menos actuais...

Serpico said...

Os conceitos de "rebanho" e de "pastor" nada tem de pejorativo. Todos nós, em determinados momentos da nossa vida, umas vezes mandamos, outras somos mandados, umas vezes seguimos atrás de algo ou de alguém, outras vezes somos seguidos. É algo essencial para a vivência em sociedade.
Só mentes retorcidas e sonhadores utópicos podem achar que se pode sobreviver sem esta dualidade.
Freud atribuia o ódio a qualquer tipo de autoridade/hierarquia, como uma consequência de na infância se ter tido um pai demasiado rigido. Quando já adulto, como vingaça (inconsciente), combate-se tudo o que represente essa autoridade (pai)seja o patrão, superiores hierárquicos, polícias, Estado, EUA,etc Cá dentro como é óbvio também vamos tendo alguns traumatizados, poucos é certo, mas excessivamente ruidosos e influentes.

Anonymous said...

Serpico:

Uma forma de defesa quando somos confrontados com ideias das quais discordamos (ou temos medo) é passar ao "contra-ataque" com assuntos fáceis como a "bandalheira", "desrrespeito pela hierarquia", "anarquia", "medo da autoridade" etc...
Nada disso está presente nos meus anteriores comentários!
Já disse e volto a dizer; A PSP é uma Força de Segurança (com a natureza de Serviço Público, convém não esquecer) que respeita, e muito bem a hierarquia de Comando.
Agora, vivemos na modernidade, caminhamos para a modernidade e temos que apanhar o barco da modernidade, sob pena de cristalizarmos no passado e da nossa Instituição ser ultrapassada por outras que pugnam por fins idêntidos.
Esse caminho, passa pela forma de pensar e mesmo de comandar (não de mandar como diz o meu amigo).
Sabe o que é comandar? Claro que sabe, é mandar com!, Não é mandar sozinho, pois isso dá sempre mau resultado.
Devemos investir nos recursos humanos e na sua formação (de todas as categorias), pugnar por bons e funcionais equipamentos (fardamento e armamento por exº) e esquecer resquícios do passado que a nada nos levam.
Quanto aos tais "ruidosos traumatizados", aprenda a viver com a diferença que a reforma (aposentação)poderá estar cada vez mais longe.

Anonymous said...

Sempre tive a convicção que onde todos mandam não manda ninguém, os factos têm-me dado razão,o chavão do passado quer-me parecer que está mais na cabeça de quem o invoca com frequência,que naqueles a quem se dirige,só que alguns ainda acreditam no Menino Jesus ao contrário de outros.

Anonymous said...

Muitos a mandar e ninguém a assumir.

Anonymous said...

fazem o k kerem esses oficiais... depende como acordam.....