Friday, December 18, 2009

138 / Global e Local

Os jornais, em todo o mundo, traziam esta notícia:«Mulher escapa de tentativa de linchamento na Guatemala. Passageiros acusam-na de participar de assalto a autocarro. A Polícia chegou e impediu que ela fosse queimada com gasolina. Uma mulher, A. M. T. perde parte da roupa após ter tido o corpo encharcado por gasolina numa tentativa de linchamento nas ruas da Cidade de Guatemala. A polícia impediu que os passageiros de um autocarro ateassem fogo à mulher, acusada por eles de participar, com outros três homens, que fugiram a pé, de tentativa de assalto. (Foto: Rodrigo Arias / Reuters - G1 globo.com)» Não é a primeira vez, nem será a última, que teremos notícias destas. O interessante da notícia, para além da brutalidade da imagem, é que soa como um aviso global à sociedade, a quem se aproveita dela: nestes momentos de crise, em que milhões de pessoas tentam sobreviver, há sempre quem se sinta que pode viver da maneira mais fácil. Como se disse, a notícia teve repercussão Mundial. Um dia destes, fruto da globalização [leia-se, imitação (efeito copycat)], passaremos a ter por cá notícias idênticas.

12 comments:

Anonymous said...

Já me apeteceu fazer o mesmo ás dezenas de assaltantes que enxameiam os transportes públicos de Lisboa,alguns com dezenas de anos na actividade, não disfarçam os assaltos fazem-nos á vista de toda a gente,não digam que as autoridades não os conhecem,agem em grupos seguem e rodeiam a vítima,como as alcateias atacam na altura própria, a justiça se existe ninguém dá por ela, só ainda não levei á prática porque com o passado e a folha de serviço que devem ter, por aí continuam, mas se me defender, aparece logo a mão pesada da justiça, ou será sindicato de criminosos, fico com a dúvida.

Anonymous said...

Contou-me um polícia amigo (colega dos tempos de escola) que há dias, num fim de semana, apanharam e levaram a tribunal, um cadastrado por assaltos a casas. Estava identificado com as impressões digitais e o tribunal nem o ouviu, tendo-o soltado de imediato. O meu amigo e os colegas tiveram que esperar mais um bocadinho. Dado que era sábado, se calhar o juíz quiz tomar um café e dar um recado para os fins de semana não trazerem ninguém.

Anonymous said...

Bruno Lameiras

Jamais posso concordar com a "justiça feita pelas próprias mãos".
Isso vai contra todo e qualquer sentimento de Justiça.
A Justiça, sendo ela um dos pilares de um Estado de Direito tem de ser funcional, só assim se evitará situações análogas às descritas.

Não posso deixar de dar "um achega" num parágrafo do texto e do qual passo a citar: "nestes momentos de crise, em que milhões de pessoas tentam sobreviver".

Esta é a teoria dos que tentam justificar perante a sociedade o resultado da acção criminógena dos prevaricadores. Senão vejamos, a título de exemplo, as empresas do Norte que despedem aos 100 trabalhadores de cada vez. Nunca tive conhecimento de que essas pessoas humildes após o despedimento se dedicassem ao crime para sobreviver.

O problema é sem dúvida na minha opinião, do sentimento generalizado de impunidade e cuja solução tarda em aparecer.
Em quanto isso, discute-se o casamento entre pessoas do mesmo sexo…

Cumps a todos

Franco said...

Sr. Bruno
Concordo consigo!
Estado de Direito é Estado de Direito. Mas porque é que o Homem saíu da caverna, a não ser por curiosidade? O que pretendo dizer é que o NOME do estado das coisas, deveria ser efectivamente de DIREITO. Mas será que é isso que estamos a ver? Será que é isso que temos? Para terminar, eu não acho que o post diga que os «gatunos» são os desempregados. O que o post diz é precisamente o contrário: apesar da crise, as pessoas querem ser honestas e trabalhadoras de pois aparecem uns tipos a pedirem que lhes cheguem com gasolina, pois não estão cá a fazer nada a não ser viver de expediente! Eh pá! Espera aí! Mas não é disso que os nossos politicos, banqueiros,gestores, insdustriais têm feito? Viver à custa dos outros?! Cadê a gasolina? Cadê as grades? Nada disso: entrevistas bem pagas na televisão e revistas. Estado de Direito... com que direito?

Anonymous said...

....e os direitos das pessoas honestas?
Numa escala de valores, pelo menos na minha, primeiro vem os direitos das vítimas.
Começo a ficar farto do direito dos delinquentes.
Pelos vistos, acabaram-se os valores.

serpico said...

Então e os delinquentes não são também vitimas (da sociedade)?
...
estou a brincar, mas é este tipo de discurso que tem dominado na chamada Europa civilizada e que me parece, veio para ficar por mmmmmuuuuito tempo. Pelo menos nada nos leva a depreender que por esses gabinetes onde os vaidosos gurus do Direito se enredilham onanisticamente à volta das teorias juridicas, esteja a surgir a vontade de tornar a justiça realmente eficaz.
E como é óbvio os nossos governantes também não se atreverão a tomar medidas que não tenham vindo já pensadas de outras paragens.

Anonymous said...

Basta um para começar a "onda".
Mas os excessos vão sair caro.

Anonymous said...

Esta onda de crime é fruto da justiça que não temos,que com a sua condescedência foi permitindo que a bola aumentasse,a tal ponto,depois esta não está ao serviço do povo frase eufemística, que tanto gostam de invocar,os seus agentes deviam ouvir o que o povo pensa, está actualmente ao serviço de corporações,podendo mal comparado e utilizando uma frase, que alguém proferiu noutro contexto,poduziu um monstro, que para ao ponto que chegou para estirpar não é possível sem dor. Depois tenho visto alguns responsáveis da área, confessar como que em auto-elogio em orgãos de comunicação social,que tambem eles foram assaltados, como que dizer, se até eu fui,o Zé povinho muito mais razões tem para o ser,é a coisa mais normal, e cara alegre.Que se pode esperar de gente desta.

Anonymous said...

De uma coisa não tenho dúvidas, a justiça legal que temos é insuficiente para prevenir a criminalidade. Já muito poucos são aqueles que deixam de cometer um crime por causa da sanção penal que lhe possa corresponder e como a vergonha cada vez é menos, a criminalidade aumenta da forma que vemos!
E por isso, também não tenho dúvidas de uma outra coisa. O que ainda vai ajudando a que as coisas não estejam piores no nosso país é que, de vez em quando, as Polícias, especialmente a GNR, lá vai tombando alguns, mesmo que em arrepio às leis da nossa justiça. Talvez pela mesma razão, nalguns países, porque a justiça legal é insuficiente, lá vai havendo quem contribua para o equilíbrio da criminalidade, mesmo que, por vezes, com exageros, mas que mais não servem do que para manter o tal equilíbrio.

Visionnaire said...

Franco, Portugal, um estado de direito?
Será que sou só eu que não consigo ver isso?
Começo a me sentir só no meio disto tudo.

Anonymous said...

É fácil de ver que estamos não Estado de direito,desde que esteja bem para os políticos, a discussão nem se põem,antigamente é que não,não havia direito a corruptos e negociatas e a justiça funcionava,havia segurança e emprego para todo a vida,agora até se vangloriam que isso acabou como se fosse erradicado um malda sociedade,e por muito que alguns dos visados venham defender o contrário, que então não era permitido falar nos assuntos, em defesa da sua dama,esses agora que são livres que relatem os casos que não vieram a público de que têm conhecimento.O maior escândalo o caso mais grave que foi conhecido era uma casa de meninas, que agora proliferam a cada esquina.

Anonymous said...

O mal que Portugal padece desde á muito, é ter sido governado por pessoas que não têm noção do que isso é ou então governam para agradar, o mesmo que não governar, mas concretamente em matéria de segurança pela forma como o fazem dá a entender que esta não é um sentimento que tem que haver na sociedade, mas como que comparada a uma torneira que se abre ou fecha de acordo com as necessidades,que neste caso não resulta.