Friday, January 1, 2010

141 / Bom Exemplo

O Estado não pode chegar a todo o lado. O Estado, na democracia que somos, tem que se redefinir; o Estado tem que se auto reformar, redimensionar, crescer em qualidade e, consequentemente, deitar fora o que não presta. O Estado tem que desinvestir no cidadão anónimo abúlico, preguiçoso, criminosamente preguiçoso. O Estado tem que des-subsidiar e des-subsidiar-se. O Estado tem que se «enfraquecer» para a sociedade civil, sentindo-se indefesa, se associar, reagir, crescer, defender e tornar-se auto-suficiente. O Estado, então, não só será regulador: será inevitavelmente um bom regulador.
O grande exemplo vem de Setúbal: pessoas reformadas da suas profissões, mas não reformadas da vida, associaram-se em torno de uma Visão que cedo se tornou em Missão: proteger a nossa cidade, ajudar a nossa Comunidade. De telemóvel em punho, sempre que presenciam actos de vandalismo ou criminais há que denunciar. Tem apoio aberto da Câmara e um apoio mais ou menos informal e escondido da Direcção Nacional da PSP. Mas não devia: a PSP deveria apoiar abertamente, mas não materialmente, pois a sociedade tem que se organizar, tem que se associar e obtê-los. E está a conseguir. Só com o associativismo é que se conseguirá dar sinais claros, numa primeira, aos criminosos, como posteriormente, ao próprio poder judicial que terá que sair da redoma utópica e protectora que se encontra, para descer à real sociedade que lhe paga e começa a exigir que exerçam, como verdadeiros profissionais, a sua actividade e que mereçam cada euro que retiram do orçamento do Estado, isto é, de todos nós.

6 comments:

Anonymous said...

Isso é bom bom dizer que a sociedade se organize, mas para isso teria de tomar em mãos todo o processo inclusive o de julgar,para que o seu trabalho não seja torpedeado,quem se atreve a denunciar um criminoso sabendo que,vai ter de o enfrentar logo no local, com consequências imprevisíveis,para qualquer dos lados,ou a seguir o vai ter a rondar a sua porta,é que as polícias não podem estar em todas as portas.

Anonymous said...

Caso prático (acontece em 99% das vezes):
Há um roubo numa carruagem de comboio. Vai cheia. Testemunhas não faltam.
Quando o OPC fala com a vitima e testemunhas todos viram, todos sabem quem é o suspeito, tudo e mais alguma coisa...
"Então podia-me facultar a sua identificação para ser inquirido como testemunha?"
O cidadão: "Há isso não. Não quero problemas."

Anonymous said...

Bruno Lameiras

Boa Tarde e boas festas.

Desde já quero expressar a minha opinião acerca do texto, pois não concordo com ela.

Afinal de contas, que tipo de trabalho tão significativo fazem tais cidadãos?
Denunciar qualquer suspeita de crime, cujo mesmo tenha sido cometido ou o seu autor se prepare para o cometer não é uma obrigação de todos nós? Zelarmos pelo sítio onde vivemos? Pela nossa segurança?

A mim, cheira-me a mais uma daquelas medidas "policio-politicas" inventadas pelo Estado.

Depois há que avaliar uma outra vertente. Quem anda nisto há uns anos sabe perfeitamente que a rapaziada dos dias de hoje vive muito as series televisivas das quais destaco o CSI…

Quem de nós não assiste diariamente a um pseudo assalto à mão armada, que no fim de uma deslocação em emergência, acompanhada de meios que davam para começar uma guerra, afinal de contas não passa de 3 menores a brincar com pistolas de plástico?

Será que essas pessoas estão preparadas para avaliar o que é ou não um suspeito? Se está ou não para se dar um crime? Não me perece.

Mais uma vez, quer-se pôr muita gente a fazer de Policia, enquanto não se arranjam meios para o Polícia exercer a actividade pela qual é pago, e alguns bem demais…

Cumps

Anonymous said...

Isto é uma variante do Policiamento de Proximidade, quando bem executado.
Não se percebe bem porquê, a relutância da DN/PSP!!!

Anonymous said...

Bruno Lameiras

Boa noite.

Policiamento de Proximidade?! E isso serve para quê?

Para mostrar às pessoas que os Polícias andam na rua?

“Afinal há Polícias, eles andam aqui a passear rua abaixo e rua acima todos os dias”

Jogar matrecos nos Bairros?

Não! As pessoas precisam de ter um bom atendimento quando solicitam a Polícia! Precisam que a Polícia chegue rapidamente ao local e abandone a velha máxima “Depois chama-se a auto maca”!
Precisam ligar 112 e serem rapidamente e bem atendidas! Precisam de ter uma Polícia profissional.

Isso sim, transmite segurança às pessoas não é andar a mostrar-lhes a farda!

Cumps

Anonymous said...

Não podia estar mais de acordo com o último comentador,o folcolore não dá solução a problema algum,em vez de andaren a congeminar fusões de polícias, porque não aplicar este conceito á instituição, extinguir a proliferação de capelinhas, e criar uma polícia de ambito geral,que sirva toda a sociedade,e afaste os criminosos,senão ás tantas temos de ter uma policia com especialidade de bêbado para lidar com esta classe,isto para não me alongar.