Saturday, March 1, 2008

45 / Será Que é Assim Que Se Faz Um Polícia?

Numa reportagem que foi vista num dos canais da RTP e que será tema do Jornal DIÁRIO DE NOTÍCIAS de 2 de Março, tiramos como ideia fundamental que o Colégio Militar irá regressar ao internato completo. O Coronel Fernando Policarpo, responsável pela área de comunicação do Colégio Militar, afirmou que «é difícil compatibilizar» os regimes interno e externo, uma vez que acaba por conduzir à existência de dois grupos de alunos que, num sistema formativo como o militar, se tornam incompatíveis, explicou. Na Polícia de Segurança Pública, quando há já alguns anos, a então chamada Escola Superior de Polícia, agora ISCPSI [Instituto Superior de Ciências Policiais e Segurança Interna] abandonou o regime de internato completo, verificou-se de imediato uma ruptura na coesão do grupo. Apesar de haver sempre quem diga que não, é notório que houve. Mas mais perigoso do que haver dois grupos, no caso do ISCPSI, é haver três: acrescente-se os alunos dos PALOP, alguns com alguma capacidade de inclusão por motivos vários, diga-se de passagem. Embora o ISCPSI não seja uma escola militar, as bases estão lá todas. Apesar de haver Bolonha pelo caminho, a única diferença é que agora os alunos em vez de sairem com Licenciatura, saem com Pós-graduação ou Mestrado. De início, saíam como Chefes mas agora saem como Subcomissários. Qualquer dia sairão como Comissários. Entretanto, o mesmo DN publicou hoje, 1 de Março, uma linda reportagem na sua revista NS que também é distribuida com o JN, em que fala na difícil forma[ta]ção que se tem no Instituto. Vamos ficar à espera duma reportagem sobre a Escola Prática de Polícia.

1 comment:

Anonymous said...

Um dia - ainda acredito - que um dia as pessoas vão perceber que "civilizar" a PSP não passa por ignorar regras basilares - muitas delas associadas ao mundo militar - sobre acção de comando e liderança...

Menosprezar este ponto é fatal.

O nacional-porreirismo, a postura de porta aberta, a excessiva intromissão sindicalista (já para não falar do extraordinário e dispendioso número de sindicatos e membros dos seus órgãos, salvo raríssimas excepções, que não passam de polícias em part-time...), e o receio de enfrentar de face erguida os câncros e chulos da instituição, vão causar danos irreversíveis...

Mas nas Organizações - tal como na vida - tudo é cíclico...

Não tenho dúvidas que, mais cedo ou mais tarde, isto vai mudar. E aqueles que se dedicam a tudo excepto à verdadeira actividade policial vão ter os dias contados...

Vêm aí tempos de mudança...