De repente Portugal acordou indignado e ofendido porque uma imagem forte e 'mutilada' duma mulher nua, que não por acaso, se encontrava como capa de revista, tinha sido censurada por uma organização fascista, conhecida pelo nome de Polícia de Segurança Pública, ao serviço de um Estado duvidoso, com sede em Braga. Essa censura havia sido prepretrada, imagine-se a coragem e desfaçatez, em plena luz do dia, após relatório anónimo, recolha sistemática de informações e ainda com recurso ao arquivo de informadores. A execução teria sido efectuada por elementos infiltrados, tipo agentes secretos ao serviço do regime, e supervisionada superiormente por um anónimo manda-chuva, certamente um delfim do regime. Falando de coisas sérias, o que realmente espanta aqui não é a medida cautelar que a Polícia fez - e bem - mas sim até onde isto foi levado. Sendo óbvio que não foi censura do regime, porque será que o MAI veio meter o bedelho ao barulho? Porque será que tudo que tem a ver no terreno tem que ser o MAI a explicar? Será que a hierarquia não sabe o que faz? Quem sancionou o expediente policial e autorizou o seu envio para Tribunal é que deveria vir a lume explicar. Então para que servem os Comandantes Distritais e os Núcleos de Relações Públicas?
E agora um aviso: há muita gente na polícia a rir-se com este caso. Temos recebido correspondência a dar-nos conta do caso. Isto não é para rir. Quem pensa que, demarcando-se do caso, embora sendo polícia, está a fazer uma grande obra, é melhor começar a limpar as mãos à parede e começar a pensar em ser um bocadinho solidário, dar o benefício da dúvida aos colegas, camaradas e companheiros e deixar de municiar esses bandalhos da comunicação social que só querem sangue.