Thursday, January 17, 2008

35 / Vídeo Vigilância

Instalou-se a ideia que os sistemas de vídeo vigilância nos locais públicos – não confundir com locais privados de acesso público – irão resolver, de certa forma, alguma criminalidade existente nas cidades. É um engano redondo. Portugal tem, teve sempre, a mania de pouco planear e fazer as coisas em reacção a algo. Passaram-se anos sem que a Comissão Nacional para a Protecção de Dados desse a respectiva permissão para a instalação de câmaras de vigilância nos espaços públicos. Algumas cidades com centros históricos já o solicitaram, mas a resposta foi sendo adiada. Bastou que uns indivíduos mais mal formados (é bom recusar-lhes o estatuto de malfeitores ou gangue, pois incha-lhes o ego) começarem aos tiros uns aos outros para que fosse liberada a autorização. Erro redondo. O Estado ao permitir tal vigilância, não inova, demite-se em definitivo, das suas obrigações. Como se demite de formar novos polícias durante dois anos. A vídeo vigilância resolve. Mas não. Aquilo não vale nada. Acicata o voyeurismo. Nada mais. Digamos que a vídeo vigilância está para a segurança, como os contraceptivos estão para as relações sexuais: pode-se dar muito uso, mas continuamos a ter que ter cuidado.

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