Thursday, January 31, 2008

38 / Reestruturação - (3)

Muitas luas se passaram desde que se percebeu que as freguesias partilhadas, entre a Polícia de Segurança Pública e a Guarda Nacional Republicana, poderiam já não funcionar muito bem. Olhar para o actual estado de coisas e chamar nomes feios aos antigos, como se costuma dizer, é não ter noção de nada. Antes, as cidades eram mesmo cidades: estavam lá, longe. No meio ficava o campo e depois as vilas, aldeias, povoações e lugares. Vieram as estradas, o melhor rendimento familiar [veio a CEE, lembram-se?] passou-se a andar de carro, a desprezar os combóios e as carreiras, até à sua quase aniquilação. Começou-se a desprezar as forças de segurança; aliás alguns deles eram a própria imagem de desprezo que sentiam por eles próprios, tal era a deformação física e mental. Depois vieram as empresas privadas de comunicaçao social. Depois, veio muita coisa. E a insegurança também. Também veio a modernização das forças de segurança. Novas tarefas, novas responsabilidades, nem sempre bem explicadas, nem sempre bem compreendidas. Veio o poder local e ainda o seu reforço. No dia 1 de Fevereiro completa-se um ciclo. Ou melhor, inicia-se um ciclo novo. PSP e GNR cada força com a sua zona bem delimitada. O poder local, que começou por oferecer instalações e computadores, começa a entrar formalmente nas polícias. Esta reestruturação é o primeiro passo para a assunção efectiva do poder policial por parte das Câmaras Municipais. Voltaremos.

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