Tuesday, September 30, 2008

90 / Real

Dois polícias, um homem e uma mulher, abateram, a tiro, os seus companheiros. Os motivos, dizem, foram de ordem passional. Vão desculpar todos, mas aqui, o desacordo não pode ser maior. Condenem-se os actos, horriveis, hediondos, mas não se desprezem as causas. O desequilibrio emocional que levou ao cometimento do crime, até poderá ser passional. Mas as causas remotas estão já há muito definidas por todos: instabilidade laboral, insalubridade laboral, falta de protecção hierárquica, afastamento do núcleo familiar, maus vencimentos, nulas recompensas, carga horária excessiva [não esquecer que para além das horas normais diárias ainda há as idas a tribunal, ainda que em folga, os serviços remunerados compulsórios...], falta de perspectiva nas carreiras [quer vertical quer horizontal], exigências especias para se ser polícia mas a inexistência de qualquer regalia para essas exigências, sobreexposição mediática, dupla tramitação processual disciplinar, etc., etc., etc. e, least but not the last, o alheamento e incapacidade de reconhecer e/ou resolver/encaminhar dos problemas dos subordinados, por parte das chefias directas. Enfim, este é o post que gostaríamos de nunca ter escrito. Nem estamos a branquear os actos, que desde já se condenam. Mas, mais uma vez dizemos: há muito que estávamos à espera que algo do género acontecesse. Foi pena que tivesse acontecido, mas que ninguém se mostre surpeendido.

18 comments:

Anonymous said...

Considero isto uma falsa questão. Porque é que tem de ser assim? Somente porque o elemento da PSP tem uma arma à sua disposição! Muitos se tivessem a mesma oportunidade, fariam exactamente igual. Felizmente que assim não acontece. Misturar problemas pessoais com a vida profissional na PSP só serve para os sindicatos arranjarem pretextos para falar do que não sabem. A vida profissional é sabido que não é perfeita, longe disso. A intimidade de cada um é outra. Misturá-las é arranjar mais argumentos para esconder as fraquezas estruturais da instituição policial. Sigam outro caminho que este até já os Psicólogos estão a ficar fartos.

Anonymous said...

Não tarda mudam-se os pelouros do PODER, vem aí novas eleições, novos ministros, novos secretários de estado, mas antes disso nada se fará (nem depois) só se lembram dos polícias e guardas em campanha eleitoral!!! E vai ficar tudo igual... Continuarão a existir muitos sindicatos para ajudar à festa, nomedamente comer e calar na negociação de migalhas... E com isto muitos se riem de nós. "nós" que fazemos gratificados (mal pagos e com desigualdade) por necessidade própria e não por necessidade do serviço... "nós" que somos quase todos de longe e já perdemos a esperança de voltar para mais perto da família. Nós que nos sujeitamos a tudo e levamos com tudo, SOMOS MASOQUISTAS??? Somos pois!!! Bastava haver união dos sindicatos (claro que alguns teriam de deixar de ser sindicalistas) para que houvesse união de toda a polícia e aí é que o PODER POLÍTICO "piava fininho". Mas será os que lutam pelos nossos direitos estão dispostos a abdicar do "pelouro" em prol de uma Polícia Unida? Quanto ao post em epígrafe, será que existe alguém a analizar este tipo de acontecimentos??? Se calhar até existe, mas será que pode falar a verdade??? Aquela verdade que todos conhecemos???

Anonymous said...

Acabou de cair no superficialismo que tanto condena nos seus posts. As causas remotas que apontou, todas de natureza policial/profissional raramente, quase nunca, estão presentes nas motivações de homícidio ou suícidio. São as causas pessoais as que mais matam, e à cabeça os motivos económicos e passionais. Não se culpe a organização por tudo o que se passa na cabeça de cada um. Nada do que se passou nas últimas semanas foge do padrão. É a seguir a férias e festas que as pessoas mais se suicidam. Ligar suicidio e homicidio é asneira básica. Culpar o regime de trabalho, as condições, o salário, a hierarquia é asneirice. O que temos é uma massa humana que é seleccionada de entre camadas da população onde os problemas pessoais se resolvem com normalidade de forma violenta. Já pensaram nisto? Empregar mais psicologos não resolve. Lisboa tem excelente cobertura psicológica e os profissionais matam-se na mesma. É cultural. As pessoas afectadas psicologicamente têm muita dificuldade em reconhecê-lo, e cometem actos drásticos antes de serem sinalizados e acompanhados por profissionais. A ignorância é tão atrevida!!!

Anonymous said...

October 1, 2008 7:43 AM
Só por curiosidade,Você deve perceber disto em abundãncia e certeza!Em que Faculdade tirou o curso e com que nota?O post segundo percebi,fala das causas do desiquilibrio, não no motivo dos actos.Só alguém em desiquilibrio é que mata.O motivo é razão bastnte para a descuberta da culpa.Amanhã dou mais aulas.

Anonymous said...

O "anonymous October 1, 2008 1:55 AM" é pertinente nas suas dúvidas e é aceitável. Estamos aqui para comentar e não para aceitar tudo de todos. Mas permita-me que discorde com as suas observações pois o que o post pretendia dizer é que há muitas causas remotas, directas e indirectas, a causar stress profissioal, situações que poderiam ser sanadas, pois já foram diagnosticadas há anos. E como os polícias andam armados...

Anonymous said...

Num passe de mágica os gabinetes passam a divisões?A namorada também ficará com outra divisão?Só falta arranjar mais uns trocos para a cunhada.Será que voltamos á Monarquia?É que o poder está a passar a ficar na mesma família.
E aquela de Loures em que a Cândinha ficou a falar sozinha.O Sr. Comandante tinha outros afazeres, concerteza.

Anonymous said...

De xenófobo é que o "Sénior" não é acusado, tanto é íntimo de pele branca como de pele mais escura.Ai se a NESSA de Cascais sabe!!!!

Anonymous said...

Um GAT para o "gato"?Das duas uma:ou é subtileza ou armadilha.Insisto, não gostei de saber que a Candinha ficou abandonada, será que o Homem foi deitar as"Piquenas"?

Anonymous said...

Pessoal! Cuidado com o serviço.Há que co-responsabilizar de forma clara os Srs Comandantes,por causa do direito de regresso.Até os Juízes estão a fazer seguros, logo os polícias que ainda estão mais vulneráveis, terão que ter redobrada atenção.Lamentavelmente um dirigente sindical,diz que isso não é muito importante.É esta atitude que um comandante deve ter?

Anonymous said...

O Sr. DN tem que fazer cumprir a lei.Parece-me que os dirigentes sindicais não podem exercer cargos de comando/chefia.Se alguém poder ajudar sobre isto, agradeço.

Anonymous said...

Lei n.º 14/2002
de 19 de Fevereiro
Publicado no DR 42, Série I-A de 2002-02-19
Regula o exercício da liberdade sindical e os direitos de negociação colectiva e de participação do pessoal da Polícia de Segurança Pública (PSP).

(...)

Artigo 3.º
Restrições ao exercício da liberdade sindical
Ao pessoal da PSP com funções policiais são aplicáveis, atendendo à natureza e missão desta força de segurança, as seguintes restrições ao exercício de actividade sindical, não podendo:
a) Fazer declarações que afectem a subordinação da polícia à legalidade democrática, bem como a sua isenção política e partidária;
b) Fazer declarações sobre matérias de que tomem conhecimento no exercício das suas funções e constituam segredo de Estado ou de justiça ou respeitem a matérias relativas ao dispositivo ou actividade operacional da polícia classificadas de reservado nos termos legais;
c) Convocar reuniões ou manifestações de carácter político ou partidário ou nelas participar, excepto, neste caso, se trajar civilmente, e, tratando-se de acto público, não integrar a mesa, usar da palavra ou exibir qualquer tipo de mensagem;
d) Exercer o direito à greve.

(...)

Artigo 7.º
Incompatibilidades
O exercício de cargos em corpos gerentes de associações sindicais é incompatível com as funções dirigentes de:
a) Director nacional e directores nacionais-adjuntos;
b) Inspector-geral;
c) Comandantes dos comandos metropolitanos, regionais e de polícia;
d) Director do Instituto Superior de Ciências Policiais e de Segurança Interna;
e) Comandante da Escola Prática de Polícia;
f) Comandantes do Corpo de Intervenção do Grupo de Operações Especiais e do Corpo de Segurança Pessoal;
g) Directores de departamento com atribuições exclusiva ou predominantemente policiais.

Anonymous said...

Anónimos covardes!!!
Comentem o post e não venham colocar odios de estimação e outras dores em público! O então façam-no abertamente e sem se esconderem!

Anonymous said...

"Anónimos covardes!!!
Comentem o post e não venham colocar odios de estimação e outras dores em público! O então façam-no abertamente e sem se esconderem!
October 10, 2008 2:17 AM"
ALGUÉM SE PICOU.SERÁ DOR DE QUÊ?A estratégia de "assalto" ao poder é feita com clareza?Amor com amor se paga, mas NÃO descansem porque a "bomba" está para chegar.Já consigo imaginar a fuga dos "ratos".

Anonymous said...

Como cidadão comum e respeitador da Ordem e da Justiça sou levado a concordar com tudo o que se diz neste post, em que se apontam os motivos que levam os agentes da autoridade a andar "no limite". É evidente que vocês estão em permanente contacto com uma franja da sociedade que vos desafia constantemente porque sabe que a vossa reacção tem que ser sempre muito contida. Entre aquilo que gostaríeis de fazer e o que podeis fazer vai uma grande distância. Esse estado contínuo de tensão psicológica tem como resultado a alta taxa de suicídio e as consultas em psicologia e psiquiatria. Vocês, agentes da Justiça sentem-se e são injustiçados por uma população que transportou desde antes de 1974 um injustificado sentimento anti-policial, uma população que ainda não interiorizou que a Polícia protege, não reprime! Espantam-me de certo modo as respostas a este post, que das duas uma: ou não são polícias, ou se o são mostram uma lamentável falta de solidariedade.

Anonymous said...

Oh Carlos Branco:
Não confunda solidariedade com asneira corporativa, que é disso que se trata.Como nesta casa se tenta ter sempre competêencia,quando as lideranças são fracas, fazem emergir a imcompetência que é o que se pretende combater, por isso tais comentários, percebe Carlos Branco?

Anonymous said...

"Culpar o regime de trabalho, as condições, o salário, a hierarquia é asneirice", Post 01OCT 07:43, Será que é assim? Ja tentou fazer uma simples pesquisa no motor de busca google? veja lá qtos artigos existem?

Anonymous said...

quanto a seguros e direito de regresso parece que os governos estão mais apostados em responsabilizar aqueles que são chamados a repor uma situação anormal que os causadores dessa mesma anormalidade esses sim é que devem ser responsabilizados e arcar com todos as consequencias do seu acto incluindo as físicas a não ser assim o sistema está subvertido.S

Anonymous said...

para aqueles que dizem que os sindicatos aceitam migalhas fico com a impressão que estes são òbice a que haja aumentos muito superiores,ou então se não houvesse sindicatos haveria bons aumentos de ordenado podia tirar-me esta dúvida October 2008, 1,55 AM